A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, lamentou este domingo, em Madrid, que Portugal não tivesse feito um caminho idêntico ao de Espanha, onde a direita continua a governar o país, apesar de ter perdido a maioria absoluta. “Lamentamos apenas que em Portugal não se pudesse ter feito um caminho semelhante ao que está a ser feito por Espanha”, disse Cristas no final do congresso do Partido Popular espanhol que confirmou Mariano Rajoy como líder desta formação política.

A presidente do CDS-PP referiu que, ao contrário de Espanha, “que fechou as contas com 3,2 % de crescimento económico” em 2016, Portugal terá um crescimento de “1,2 %, talvez 1,3 %, certamente abaixo dos 1,6 % de 2015 quando o Governo anterior [do PSD e CDS-PP] cessou funções”.

Assunção Cristas também sublinhou “a confiança a faltar em Portugal, e por isso os juros [da divida pública] a crescerem para valores que já se tornam preocupantes”. Por outro lado, a líder do CDS-PP manifestou a sua compreensão em relação ao papel do Presidente da República que, numa entrevista publicada hoje no diário espanhol El País, considera que em Portugal “a coligação de esquerdas superou as expectativas”.

“O senhor Presidente da República tem uma tarefa à qual se propôs e eu creio que está a cumprir que é a de ser um garante de estabilidade”, disse Cristas, acrescentando que “o papel do CDS é completamente diferente”, uma “oposição muito firme, muito construtiva, denunciar o que está mal”, fazer propostas e tirar conclusões”.

A vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho, que representou os sociais-democratas na sessão de encerramento do PP espanhol referiu que o Governo de Pedro Passos Coelho teve um processo idêntico ao de Mariano Rajoy em Espanha, com “resultados excecionais”, que permitiram em Portugal os socialistas terem “a almofada suficiente para puderem ter folga na governação atual”.

O PP espanhol perdeu em 2016 a maioria absoluta que tinha tido em 2011, mas continuou a governar com uma maioria relativa. Em Portugal, o PSD apesar de ter sido o partido mais votado, mas com maioria relativa também, foi para a oposição, depois de o PS, o segundo mais votado, ter formado Governo com o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda.

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