Cabo Verde registou, desde finais de 2016, 23 casos confirmados de dengue, segundo dados avançados pela diretora do Serviço de Vigilância e Respostas às Epidemias da Direção Nacional de Saúde, Maria de Lurdes Monteiro. Segundo Maria de Lurdes Monteiro, citada pela agência pública de notícias Inforpress, o pico de registos ocorreu na segunda semana de janeiro com a confirmação de oito casos, tendo-se verificado na última semana do mesmo mês uma redução para quatro casos.

Desde a confirmação dos primeiros três casos, em dezembro, na cidade da Praia, que o ministério da Saúde reforçou as medidas de luta contra os mosquitos e apostou em ações de sensibilização dos profissionais de saúde para a vigilância ativa de casos suspeitos. “Neste momento, estão a trabalhar no laboratório de Achadinha, na cidade da Praia, especialistas do Instituto Pasteur de Dacar para ajudar na realização dos exames e reforçar a questão de vigilância e respostas”, adiantou Maria de Lurdes Monteiro.

Desde 2011 não se registavam casos de dengue em Cabo Verde, onde em 2009 houve uma epidemia com mais de 21 mil casos suspeitos, com a evolução de mais de 170 para febre hemorrágica e o registo de cinco mortes. Em 2010, o país teve mais de 300 casos de dengue, na maioria nos concelhos da Praia (Santiago) e São Filipe (Fogo).

O dengue é transmitido pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo responsável pela transmissão da febre-amarela, chikungunya e Zika. Entre finais de 2015 e meados de 2016, Cabo Verde registou uma epidemia de Zika, tendo-se registado mais de 7.500 casos suspeitos e 15 casos de microcefalia em bebés associada ao vírus.

Maria de Lurdes Monteiro revelou ainda que em 2016 foram notificados 870 casos de Zika, contra 6.743 ocorridos em 2015, adiantando que desde junho não foram notificados casos no país. Quanto ao paludismo (malária), a responsável do Serviço de Vigilância e Respostas às Epidemias lembrou que no ano passado foram registados 47 casos autóctones e 28 importados. Em 2017, foi notificado um caso em finais de janeiro.

Cabo Verde foi distinguido em janeiro, pela Aliança de Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), pelos resultados alcançados no combate à doença. A Organização Mundial da Saúde estima que o país tenha reduzido a sua taxa de incidência e de mortalidade associada à malária em mais de 40% e prevê que tenha capacidade de eliminar a transmissão regional de malária até 2020.

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