O resultado não é surpreendente. Frank-Walter Steinmeier, que até ao fim de janeiro desempenhou funções enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, foi eleito este domingo o novo presidente daquele país.

A vitória de Steinmeier já era dada como certa, inclusive no final de 2016, com o político a ser apoiado pelo seu próprio partido, SPD, e pelos democratas-cristãos da chanceler Angela Merkel. Na Alemanha, o cargo de presidente é sobretudo honorário, sendo que a eleição não é feita por voto popular, antes numa assembleia especial do Parlamento alemão.

Aos 61 anos, Steinmeier, social-democrata que terá funções particularmente diferentes daquelas do presidente dos Estados Unidos, já foi apelidado pela imprensa de “anti-Trump”, sobretudo depois de ter sido uma voz crítica de Trump durante as eleições presidenciais que marcaram o final do ano passado. O novo presidente alemão chegou, inclusive, a chamar Trump de “pregador de ódio” e, ainda em janeiro, declarou que as posições deste face à NATO — organização que o homem-forte dos EUA disse ser obsoleta” — “foram recebidas com preocupação”.

Dois dias depois de Trump ter prestado juramento como 45º presidente dos EUA, o ex-chefe da diplomacia alemão afirmou que a eleição do magnata norte-americano marcava o fim de uma era e que Berlim iria avançar prontamente para salvaguardar “uma cooperação transatlântica estreita e confiante”. Num artigo publicado no jornal alemão Bild, o então ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, escreveu que “com a eleição de Donald Trump, o velho mundo do século XX finalmente acabou” e “como o mundo de amanhã será ainda não está definido”.

Frank-Walter Steinmeier foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2005 e 2009 e entre 2013 e 2017. Nas eleições de 2009 chegou a concorrer ao cargo de chanceler, mas acabaria por ser derrotado por Merkel. Com a eleição de este domingo, Steinmeier passa a ser o sucessor de Joachim Gauck, de 76 anos, que anunciou em junho de 2016 que não se ia recandidatar por motivos de idade.

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