O primeiro-ministro, António Costa, expressou no domingo, na República Centro-Africana, um “grande apreço” pelos militares dos Comandos, que classificou como “uma tropa de elite que orgulha Portugal e as Forças Armadas portuguesas”.

“Quero deixar uma palavra muito particular aos elementos dos Comandos que integram as unidades de combate, a quem quero dar uma palavra de grande apreço”, afirmou o chefe do Governo aos militares que integram as missões das Nações Unidas e da União Europeia na República Centro-Africana.

António Costa sublinhou que “os Comandos são uma tropa de elite das Forças Armadas portuguesas de há muitas dezenas de anos, que há muitas dezenas de anos orgulham Portugal e as Forças Armadas portuguesas e continuarão a ser um motivo de orgulho das Forças Armadas Portuguesas”.

O primeiro-ministro comentou que “os últimos meses nem sempre têm sido fáceis para o regimento”.

António Costa reconheceu ainda que a missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana, em que participam atualmente 90 elementos dos Comandos, tem “um risco elevado”, mas mostrou-se convicto de que será “mais um marco no grande contributo que têm dado para o prestígio das Forças Armadas portuguesas no mundo”.

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A realização de novos cursos foi suspensa no ano passado, depois de no 127.º curso terem morrido dois formandos, o que obrigou à realização de uma inspeção técnica extraordinária. O Governo prevê que em abril sejam retomados os cursos desta especialidade, depois de aprovada uma “nova abordagem do processo de treino e formação”.

Antes, o comandante da força nacional destacada, Musa Paulino, sublinhou o significado da visita do primeiro-ministro, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, e pelo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), Pina Monteiro.

Musa Paulino agradeceu a presença dos governantes e do CEMGFA, que considerou transmitir “um sinal de confiança que traz uma energia reforçada” para as tropas, cuja maioria chegou a Bangui, capital centro-africana, no dia 17 de janeiro.

As tropas preparam-se para, nos próximos dias, iniciar as operações no terreno.

“Tiveram a coragem e a certeza de estar aqui a acompanhar-nos neste momento decisivo, que é o momento de iniciarmos as operações”, destacou o comandante.

No mesmo sentido, Artur Pina Monteiro salientou que esta visita mostra “a importância desta missão” e regozijou-se por verificar “o trabalho realizado em tão pouco tempo para que esta infraestrutura possa responder às necessidades operacionais, que são exigentes”.

No total, 160 militares portugueses, dos quais 90 pertencem aos Comandos, participam, desde 17 de janeiro, na Missão Integrada Multinacional de Estabilização das Nações Unidas na República Centro Africana (MINUSCA), enquanto 11 portugueses estão na missão da União Europeia (UE) neste país.

Esta é a primeira vez que o primeiro-ministro visita militares portugueses destacados no estrangeiro.

António Costa falava no final de um jantar no refeitório do campo onde estão os militares portugueses ao serviço das Nações Unidas, em Bangui, em que escutou o “lema” dos comandos portugueses, com o grito “Mama Sumae” (“Aqui estamos prontos para o sacrifício”).

Na segunda-feira de manhã, o primeiro-ministro reúne-se com o representante do secretário-geral das Nações Unidas na República Centro-Africana, Parfait Onanga-Anyanga, e com o comandante da força da MINUSCA, tenente-general Balla Keita.

Do programa da deslocação de António Costa e Azeredo Lopes consta ainda uma visita ao quartel-general da missão da União Europeia, também sediado em Bangui.

O primeiro-ministro destacou hoje o contributo de militares portugueses, integrados em missões na República Centro-Africana, no combate às causas da chegada de refugiados à Europa e ao terrorismo internacional.

António Costa chegou hoje a Bangui, a capital da República Centro-Africana, para visitar os 160 militares (dos quais 90 do regimento de Comandos) que participam na Missão Integrada Multinacional de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) e os 11 militares que estão na missão da União Europeia (UE).

A deslocação aos campos e os contactos com as autoridades nacionais e os responsáveis das duas missões são “muito importantes” para que o Governo português possa “estar confiante em que esta é uma missão que as Forças Armadas estão em boas condições para desempenhar, num contexto que é difícil, de risco elevado e é uma responsabilidade muito pesada”, sublinhou o primeiro-ministro.

A visita, acrescentou, pretende “transmitir uma mensagem de apreço e de confiança que o Governo e os portugueses têm nas suas Forças Armadas, em particular no regimento de Comandos”, e mostrar “a importância desta missão para suportar as opções estratégicas da política externa do Estado português”.

A missão portuguesa na República Centro-Africana tem, segundo o chefe do Governo, um “particular duplo significado”.

“Todos nós vemos diariamente na Europa o drama que é a busca de refugiados vindos do continente africano à procura de proteção. A melhor forma de proteger as pessoas é assegurar que nos territórios de origem há paz, há um Estado democrático e há desenvolvimento, que diminui na raiz aquilo que são as causas profundas da busca de proteção”, referiu.

Por outro lado, Portugal integra a MINUSCA em resposta ao apelo de França, após os atentados terroristas em Paris em novembro de 2015, para que os militares franceses na República Centro-Africana fossem enviados para o “combate direto ao grupo extremista Estado Islâmico”.

“Estamos aqui, portanto, também numa missão de solidariedade de apoio ao combate ao terrorismo internacional”, referiu.

“Ajudar a estabilidade do continente africano, para combater nas causas aquilo que está na origem da vaga de refugiados, ajudar a combater o terrorismo internacional, servir as organizações multilaterais de que fazemos parte, como as Nações Unidas e a União Europeia, é uma missão que nos honra e que, graças ao profissionalismo e à enorme capacidade das nossas Forças Armadas, Portugal tem condições de desempenhar”, sublinhou.