O presidente venezuelano acusou a “CNN em Español” de manipular uma denúncia de uma estudante sobre desmaios de crianças por falta de alimentos numa escola, e afirmou este domingo que quer o canal televisivo norte-americano “fora da Venezuela”. “Alguns meios de comunicação, como a CNN, trataram de manipular (essa denúncia), mas não podem manipular, é um assunto nosso, dos venezuelanos. A CNN que não meta o nariz na Venezuela, (…) quero a CNN bem longe de aqui, CNN fora da Venezuela”, disse Nicolás Maduro.

O Presidente falava durante o programa radiofónico e televisivo “Em Contacto com Maduro”, transmitido a partir de Caracas, por ocasião do dia da juventude. “Sape gato, sape gato”, gritaram os estudantes presentes, usando uma expressão venezuelana que quer dizer “afasta-te gato”, usada para recomendar afastar-se de algo que não é bom.

Nicolás Maduro começou por perguntar se se recordavam da rapariga que há uma semana, fazendo uso da palavra que o chefe de Estado lhe concedeu, denunciou a situação da escola. “Agradeço-lhe pela pobre situação que tinha de denunciar. É assim que quero a juventude, que diga a verdade, que saia às ruas, a lutar, crítica, autocrítica, trabalhadora, integrada, revolucionária, bolivariana, para que resolvamos os problemas”, disse.

Há uma semana, num evento transmitido em direto pela televisão estatal, a jovem denunciou que existiam “problemas com a infraestrutura da escola” e que foram alvo de roubo em várias ocasiões. “Agora não temos um portão (…), também necessitamos de cantina porque temos 450 estudantes que não têm pequeno-almoço, nem almoço no liceu”, denunciou a estudante.

Segundo a imprensa local, após a denúncia, a CNN foi até à escola e falou com várias pessoas que descreveram como a intervenção da jovem tinha gerado melhorias nos serviços e nas instalações. Entretanto, na semana passada, a CNN denunciou a existência de uma alegada rede de corrupção, de venda de passaportes venezuelanos a cidadãos de países asiáticos, em troca de elevadas quantias em dólares, situação que o Governo de Caracas desmente.

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