O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, defendeu esta terça-feira que as companhias aéreas “devem reinventar-se para reagir a um mercado altamente competitivo, mas sem colocar em causa a estabilidade das condições de trabalho”.

No encerramento da 1.ª Conferência do SPAC — Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil denominada “O vínculo laboral e a segurança aeronáutica”, em Lisboa, o governante considerou “não fazer sentido” que se invista muito “tecnologicamente em segurança e se menospreze depois a atividade humana, desvalorizando carreiras”. “As companhias devem reinventar-se para reagir a um mercado altamente competitivo, mas sem colocar em causa a estabilidade das condições de trabalho” dos pilotos, resumiu.

Para o secretário de Estado, a desvalorização do trabalho “qualificado e dedicado” dos pilotos “não deve ser a rota planeada pelas companhias para os próximos anos”. “E não podemos menosprezar a segurança da operação, condição essencial para que cada vez mais pessoas optem pelo transporte aéreo”, considerou.

Por seu lado, o presidente do SPAC, David Paes, sublinhou que há companhias nacionais a “concorrer nos mesmos mercados e nas mesmas rotas” com companhias que oferecem vínculos mais frágeis a pilotos.

“Temos que alertar os passageiros para que quando compram bilhetes com diferentes preços estão também a comprar diferentes enquadramentos de segurança naquilo que é oferecido pelo desempenho da função do piloto”, afirmou.

Para o dirigente do sindicato, “não há pilotos melhores, nem pilotos piores numa companhia ou noutra, há é enquadramentos diferentes do ponto de vista de relação laboral e das condições que são oferecidas”. Escusando-se a precisar quais as companhias em causa, o sindicalista sublinhou que a diferença nos preços dos bilhetes não reflete apenas questões de conforto, mas também as condições de trabalho dadas aos pilotos.

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