O Museu do Prado, em Madrid, e o museu holandês Noordbrabants foram premiados com o Global Fine Art Award pelas exposições conjuntas dedicadas, em 2016, a Hieronymus Bosch (1450-1516), pelos 500 anos da morte do pintor. De acordo com a edição ´online´ do jornal espanhol El País, o prémio, considerado o “Oscar” do mundo das artes, é selecionado anualmente por um grupo de 30 profissionais do setor, e este ano avaliou 2.000 mostras internacionais.

Na exposição “El Bosco: La exposición del V centenário”, que reuniu 75% da produção do pintor, ou a ele atribuída, com muitas das suas obras-primas, foi incluído o tríptico “Tentações de Santo Antão”, pintura do acervo do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. A exposição no Museu do Prado, que teve inicio no final de maio e durou quatro meses, recebeu um total de 589.692 visitantes, e pelo museu Noordbrabants, na cidade natal do pintor, Den Bosch, passaram 421.700 pessoas.

O tríptico “Tentações de Santo Antão”, de Bosch, um dos tesouros da coleção portuguesa, que raramente saiu de Portugal para empréstimo, está em exposição na Galeria de Pintura Europeia do Museu Nacional de Arte Antiga. Nesta exposição foram mostradas entre outras, “Cristo a caminho do Calvário” (Espanha), “Coroação de espinhos” (Reino Unido), ou o desenho “O Homem-Árvore” (Áustria), obras que revelam figuras simbólicas, complexas e caricaturais que marcam o estilo do artista.

“Tentações de Santo Antão”, a obra mais importante da coleção de pintura europeia do Museu Nacional de Arte Antiga, foi incluída no conjunto exposto das obras de Bosch, e, em troca, o Prado cedeu ao museu português o autorretrato do artista alemão Albrecht Dürer (1471-1528). As duas exposições geraram, na altura, alguma polémica sobre a verdadeira autoria de algumas das obras exibidas, porque o Projeto Internacional de Conservação e Investigação, que dedicou seis anos a localizar e a avaliar as obras, considerou que pinturas como “Mesa dos pecados capitais”, “As tentações de Santo António Abade” e “Extração da Pedra da Loucura”, propriedade do museu espanhol, tinham sido criadas pelos seus seguidores.

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