O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) elogiou, esta terça-feira, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) por estudar a criação de canis intermunicipais, mas advertiu que a medida deve ser acompanhada por políticas públicas que promovam o bem-estar animal.

André Silva, deputado eleito pelo PAN, esteve na segunda-feira em Faro para se reunir com a AMAL e disse à agência Lusa que a sua participação no encontro serviu para dar o seu contributo para um “estudo prévio, que ainda não está fechado, sobre a viabilidade de construção de uma rede de canis que sirvam as necessidades dos 16 municípios” do Algarve.

O parlamentar do PAN qualificou como “muito positivo” este interesse da AMAL, que André Silva disse “contrastar com muitas Comunidades Intermunicipais e muitos municípios do país, que ainda não se preocuparam com esta questão e ainda não estão a trabalhar este tema”.

O estudo visa a manutenção e melhoramento dos centros de recolha oficial já existentes, a construção de 3 a 5 canis intermédios no sotavento e no barlavento, cada um deles com capacidade para cerca de 60 animais, e depois a construção de dois canis intermunicipais, numa última linha, um no sotavento e outro no barlavento, com capacidade para 300 animais”, contextualizou.

O PAN transmitiu à AMAL como “principal preocupação” a “eventual distância dos canis intermunicipais da população”, porque considera que “os centros de recolha devem ser áreas e equipamentos de proximidade”, não devem ser vistos como “depósitos de animais” e corporizam uma solução que deve ser acompanhada por políticas de promoção do bem-estar animal e da adoção, referiu André Silva.

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“Temos que passar do canil convencional, onde são depositados animais, para locais onde estes animais se encontram alojados com bem-estar”, contrapôs o deputado, frisando que os animais devem poder “expressar o seu reportório natural” e terem “espaço suficiente socializar ou correr”.

André Silva sublinhou que, para isso, “não é necessário um enorme esforço financeiro, é só necessário haver boa vontade política”.

“Para além da construção destas estruturas, é necessário que existam políticas públicas de proteção do bem-estar animal, que visem os programas de recolha, esterilização, vacinação e devolução, no caso de gatos, e políticas e esforços de sensibilização da população para o bem-estar animal e para políticas de adoção”, defendeu ainda André Silva.

O deputado do PAN apelou ainda às autarquias para que incluam as associações e os cidadãos nas suas tomadas de decisão, embora esta colaboração deva ser feita “sempre com orientação política, técnica e financeira dos municípios”.

“É um primeiro estudo, a posição do PAN foi crítica, mas muito construtiva, e foi muito bem recebida pela AMAL. Só podemos apoiar, não obstante existirem aspetos que podem ser melhorados”, considerou André Silva.