O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu encontra-se esta quarta-feira com o Presidente norte-americano para verificar se as promessas pró-israelitas de Donald Trump enquanto candidato resistem à realidade das políticas em curso na Casa Branca. Analistas internacionais consideram que Netanyahu vai testar em Washington a sua margem de manobra quanto à política de colonatos nos territórios ocupados palestinianos.

Após oito anos de tensão com a anterior administração norte-americana, de Barack Obama, precisamente por causa desta questão e por causa do programa nuclear do Irão, o governo de Netanyahu, considerado um dos mais à direita na história de Israel, viu na eleição de Donald Trump uma oportunidade de iniciar uma nova relação com a Casa Branca.

Netanyahu afirmou no domingo passado que pensa dizer a Trump que apoia a solução de dois Estados (Israel e Palestina, defendida pela comunidade internacional e, até agora, pelos EUA), mas que iria denunciar a má vontade palestiniana. Já Trump tem vindo a matizar as declarações de apoio a Israel feitas ao longo da campanha.

O primeiro-ministro israelita também equaciona abordar detalhadamente a questão do Irão, considerado o inimigo número um de Israel. Netanyahu foi um dos mais críticos do acordo de 2015 entre Teerão e as grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) sobre o programa nuclear iraniano, considerando-o “um erro histórico”. Trump disse em campanha que este acordo era “o mais estúpido” que já tinha visto.

Netanyahu também surge em Washington num momento em que a administração Trump está a lidar com a demissão de Michael Flynn, um fiel de primeira hora e até agora conselheiro para a Segurança Nacional. Caso ainda estivesse em funções, Flynn seria um dos elementos chave em qualquer das reuniões com os israelitas.

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