Etan Patz tinha 6 anos quando foi raptado e morto, em 1979. Passados quase 40 anos, um dos crimes mais dolorosos e antigos por resolver na cidade de Nova Iorque, chega ao fim. Pedro Hernandez, agora com 56 anos, foi considerado culpado, apesar do corpo da criança nunca ter sido encontrado, conta a CNN. Este foi o caso que consciencializou a sociedade norte-americana para os crimes com crianças.

“A família Patz esperou durante muito tempo, mas, finalmente, conseguimos encontrar alguma justiça para nosso maravilhoso menino, Etan”, afirmou o pai da criança, Stanley Patz, no tribunal.

A criança desapareceu a 25 de maio de 1979, quando seguia sozinho para a paragem do autocarro que o levava à escola. No início dos anos 80, a sua fotografia foi colocada em embalagens de leite, que circularam por todo o país, um método utilizado pela primeira vez para ajudar a localizar crianças desaparecidas. O rapto de Etan Patz criou não só uma nova consciencialização sobre este tipo de casos, como também alterou a forma como a polícia investigava estes crimes.

A sentença final de Pedro Hernandez sairá no final deste mês. A pena deverá ser entre a prisão máxima de 25 anos ou a prisão perpétua. Na terça-feira, o juiz considerou o homem culpado mas pediu nove dias para deliberar. A sentença baseia-se na confissão de Hernandez, apesar de o seu advogado alegar que é inocente e que tem problemas mentais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Hernandez confessou e explicou o crime à polícia passadas sete horas e meia de interrogatório. Mas os seus advogados afirmaram imediatamente que tinha inventado a história devido à sua condição mental, uma vez que tinha sido diagnosticado com esquizofrenia. Só que, segundo as análises, ele sabe distinguir corretamente o ‘certo’ do ‘errado’, e também o ‘real’ do ‘imaginário’.

Hernandez contou que atraiu Etan para a loja onde trabalhava com a promessa que lhe daria um refrigerante. Depois disse que levou a criança para o porão da loja, sufocando-a até à morte e colocando o seu corpo dentro de um saco de lixo e de uma caixa de papel. Essa caixa terá sido deixada a alguns quarteirões da loja, juntamente com mais lixo. Mas o corpo nunca foi encontrado.

Nunca foram encontradas provas forenses que o ligassem ao rapto.

Thomas Hoscheid, o juiz, afirmou aos jornalistas que foram as “conversas construtivas e baseadas na lógica” com o criminoso que o levaram às deliberações finais. Mas o advogado insiste que a confissão é falsa e que o seu cliente tem transtornos mentais.

Em quase 40 anos, este foi o segundo julgamento do caso. Segundo fontes citadas pela CNN, poderá ainda existir um terceiro, uma vez que o corpo da criança nunca foi encontrado.