O grupo aéreo alemão Lufthansa decidiu, esta quarta-feira, aumentar o salário dos pilotos, um compromisso que foi aceite pelo sindicato Cockpit e que deve pôr fim a um longo conflito salarial. Ao aceitar as propostas de um mediador para encontrar uma solução para este conflito laboral que tem levado a numerosas greves, a Lufthansa vai aumentar em 8,7% no total os salários de 5.400 pilotos das companhias Lufthansa, Lufthansa Cargo e Germanwings.

A este aumento, que vai ser feito em quatro etapas até 2019, acrescem prémios num volume total de cerca de 30 milhões de euros, ou seja, cerca de 5.000 a 6.000 euros por piloto. Isto corresponde a “cerca de meio mês de salário” por piloto, indicou em comunicado o Cockpit, considerado “aceitável” o compromisso alcançado.

A subida da remuneração dos pilotos vai aumentar os custos salariais do grupo em cerca de 85 milhões de euros por ano, precisou a Lufthansa. O novo acordo, que deve ainda ser aprovado pelos membros do sindicato, vai estar em vigor até ao fim de 2019.

O grupo quer compensar este custo adicional fretando 40 aviões, sem que as tripulações sejam abrangidas pelo novo acordo salarial.

No outono de 2016, a Lufthansa já tinha chegado a acordo com a Air Berlin para alugar 38 aparelhos (com tripulações incluídas) e aumentar a frota da companhia de baixo custo Eurowings, com pilotos com salários mais baixos.

O braço-de-ferro entre o sindicato Cockpit e a administração durava desde 2014. Segundo a Lufthansa, as várias greves que tiveram lugar já lhe custaram 351 milhões de euros em 2014 e 2015. Uma nova vaga de paralisações em novembro de 2016 custou 100 milhões de euros. Há ainda outros assuntos, como as reformas, que devem ser negociados entre o sindicato e a administração.

A perspetiva de um fim para o conflito com os pilotos beneficiava as ações da Lufthansa que às 12h14 (hora de Lisboa) subiam 1,21% para 13 euros na bolsa de Frankfurt.

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