A albufeira do Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, no rio Kwanza, que será a maior barragem de Angola quando entrar em funcionamento este ano, começa a encher na primeira quinzena de março, levando 120 dias até à quota de produção. A informação foi transmitida esta quarta-feira pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, garantindo o governante o início da produção de eletricidade naquela barragem já em julho próximo, com a entrada em funcionamento do primeiro grupo gerador.

No início do segundo semestre deste ano, o Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, entre as províncias de Malanje e do Cuanza Norte, já deverá estar a produzir cerca de 600 MegaWatts (MW). O grupo brasileiro Odebrecht é responsável pela empreitada de construção da barragem de Laúca, que deverá produzir cerca de 2.070 MW de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens já em funcionamento no mesmo rio, mas ainda insuficiente para as necessidades do país, o que provoca os atuais cortes de diários de fornecimento de energia à população.

A barragem foi encomendada pelo Estado angolano por 4,3 mil milhões de dólares (quatro mil milhões de euros), envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil. Entre os cerca de sete mil trabalhadores, sobretudo angolanos, chegaram a estar 26 portugueses diretamente contratados pela Odebrecht, detentora da obra, e mais 249 ao serviço das empresas subcontratadas de origem portuguesa, como a Somague Angola, Teixeira Duarte, Epos, Tecnasol e Ibergru.

Além de portugueses, o contingente de trabalhadores expatriados, que não supera 9% do total, integra sobretudo brasileiros, pelo que a maior obra em curso em Angola faz-se essencialmente em língua portuguesa.

A construção envolve, só em betão, o equivalente à edificação de 40 estádios de futebol, 2.800 casas ou 465 edifícios de oito pisos, de acordo com a Odebrecht. A implementação dos seis geradores que vão produzir eletricidade implicou a construção de outros tantos túneis subterrâneos numa extensão total de 12 quilómetros, além de um desvio do rio Kwanza.

Esta construção recorre a 30 mil toneladas de aço nas montagens eletromecânicas, o equivalente à construção de cinco torres Eiffel, além de 22 mil toneladas de cimento por mês.

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