O líder parlamentar do PS desafiou esta quinta-feira o PSD a criar uma nova comissão de inquérito se quiser ter acesso aos SMS trocados entre António Domingues e Mário Centeno. Carlos César reagia à demissão de Matos Correia de presidente da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, que se queixou da tentativa de boicote da esquerda. A ideia de criar uma nova comissão está a ser ponderada por PSD e CDS. O líder parlamentar dos centristas, Nuno Magalhães, disse esta quinta-feira, em entrevista à Antena 1, que “tudo está em cima da mesa incluindo uma nova comissão potestativa”, antecipando uma decisão “nas próximas horas“.

Nuno Magalhães explicou, na mesma entrevista, que tem tido uma articulação perfeita com o PSD nesta matéria, nomeadamente com o líder parlamentar Luís Montenegro, daí que ainda não possa dar uma resposta definitiva. A oposição vai afinar agulhas. O Observador apurou junto da bancada do PSD, que também os sociais-democratas ponderam a hipótese de criar uma nova comissão.

Da parte do PS, nada contra, desde que seja “respeitada a constituição”. O líder da bancada do PS deixou mesmo um desafio: “Se o PSD quiser ter acesso às comunicações privadas e apurar as razões que estão na origem da saída da anterior administração da Caixa Geral de Depósitos tem ao seu dispor o direito potestativo e, portanto, obrigatório de constituir outra comissão de inquérito para esse fim.”

Num tom crítico dirigido à atitude de Matos Correia, Carlos César diz que o deputado do PSD “ou se enganou” ou deve “tentar presidir a outra comissão de inquérito”, já que o objeto da que agora decorre pretende apenas “uma indagação às condições que levaram à necessidade de recapitalização da CGD, até 2015.”

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Na entrevista à Antena 1, Nuno Magalhães revelou que Matos Correia foi “muito mal tratado” pelas bancadas da esquerda. Entretanto, a audição da tarde, que seria ao antigo presidente da CGD, Álvaro Nascimento, foi cancelada pelo vice-presidente da comissão, Paulo Trigo Pereira.

Nuno Magalhães acrescentou ainda que “o CDS não vai permitir ao dr. António Costa, que é exímio nisso, de passar entre os pingos da chuva nesta matéria. Aliás, Mário Centeno na conferência de imprensa foi muito claro disse que o primeiro-ministro sabia. O responsável é Mário Centeno, mas também António Costa.”

Marcelo não comenta demissão

Questionado sobre a demissão de José Matos Correia da comissão de inquérito à CGD, Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quinta-feira que não tece considerações sobre a atividade parlamentar. “Não me pronuncio sobre a vida interna de outros órgãos de soberania“, disse o Presidente da República à saída do V Congresso Nacional de Saúde Pública, no Porto. Marcelo insistiu ainda que o assunto CGD está encerrado:”Da minha parte, ponto final parágrafo em relação à Caixa”