Os agentes da PSP suspensos por suspeitas de envolvimento no desaparecimento de pelo menos 50 Glock guardadas na Direção Nacional podem estar envolvidos numa rede de tráfico internacional de armas. Segundo a edição do Diário de Notícias desta sexta-feira, na semana passada as autoridades espanholas alertaram a PSP para a apreensão de três dessas pistolas, com a inscrição “Forças de Segurança”, que estavam na posse de pessoas detidas numa operação policial.

Para já, foram suspensos preventivamente dois agentes. Mas a “limpeza” no seio da PSP pode não ficar por aqui. A investigação — que o Ministério Público delegou, ainda assim, naquela força de segurança — deixa em aberto a possibilidade de o lote de armas desviadas ser maior que as 50 peças já detetadas.

Os dois agentes eram responsáveis pelo armeiro e pelo controlo das armas. Foram eles os primeiros elementos sobre quem recaíram as suspeitas da equipa interna da Polícia que tenta perceber a dimensão do problema.

Apesar de o alerta ter chegado esta semana do lado de lá da fronteira, a verdade é que a primeira Glock desviada já tinha sido encontrada, no final do mês passado, no âmbito de uma operação de rotina no Porto. Estava na posse de um dos suspeitos de tráfico de droga revistados pela PSP.

Cruzado com o registo interno de atribuição de armas, rapidamente se chegou à conclusão de que aquela arma deveria estar na Direção Nacional da PSP. Um varrimento interno, que levou os agentes a apresentar-se nas esquadras para uma reconfirmação dos números de série das respetivas armas, ainda tentou despistar um eventual erro de registo. Não era erro e não é garantido que apenas 50 armas tenham desaparecido da sede daquela Polícia.

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