O primeiro-ministro disse hoje que os dados de 2017 indiciam que o investimento vai continuar a crescer, fruto da confiança na economia portuguesa, cuja trajetória “interessa prosseguir”.

António Costa falava à margem da inauguração da nova fábrica do grupo indiano Sakthi, cuja primeira-pedra havia lançado, e que foi construída no “tempo recorde” de 11 meses.

“Este investimento é um excelente exemplo, que sinaliza um momento de viragem na economia do país. Durante 2016 houve um aumento de mais de 6% do investimento empresarial e os dados que conhecemos de 2017, quer pela importação de máquinas e equipamentos, quer pela venda de cimento, indiciam que em 2017 está a prosseguir o crescimento do investimento”, disse.

Segundo o primeiro-ministro, isso deve-se “sobretudo ao reforço da confiança na nossa economia, que atingiu no mês passado níveis recorde desde o ano 2000, o que traduz-se em mais investimento, mais procura interna, mais exportação e, sobretudo, em 100 mil postos de trabalho, criados ao longo de 2016”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

António Costa sublinhou “com orgulho” o feito da redução do défice, pela sua importância para a confiança na economia portuguesa, mas também por criar condições para poder fazer os investimentos necessários.

“Conseguimos num ano um acordo com universidades e politécnicos, garantindo que não teriam redução do financiamento, porque o investimos no conhecimento é essencial para poder ter empresas como esta a instalarem-se em Portugal”, disse.

Lembrou ainda que em 2016 foram repostos rendimentos, aumentou o investimento e foram criadas melhores condições de vida.

“É essa a trajetória que temos de prosseguir”, defendeu.

A nova unidade fabril da Sakthi, um investimento na ordem dos 36,7 milhões de euros, destina-se ao fabrico de componentes em ferro para automóveis, correspondendo na primeira fase à criação de 135 postos de trabalho, 40 dos quais qualificados.

A operar em Portugal desde 1998, na Maia, o grupo Sakthi celebrou um contrato de concessão de incentivos com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), para concretizar o investimento na nova fábrica de Águeda, cuja produção é destinada, na sua quase totalidade, ao mercado externo, sendo cerca de 90 % exportada para a Alemanha, a Espanha, a Eslováquia, o Reino Unido e a República Checa.

Segundo as estimativas do Governo, o projeto deve alcançar em 2026 um valor acrescentado bruto de cerca de 115,8 milhões de euros, acumulado desde 2015, e ter impactos significativos, “não só para o desenvolvimento e dinamização de um ‘cluster’ automóvel na região, mas também através do efeito de arrastamento sobre outras empresas portuguesas ali localizadas, decorrente da aquisição de matérias-primas, filiais e serviços, com consequência na criação de postos de trabalho indiretos e na inovação dos seus produtos e processos”.