A administração norte-americana implementou esta terça-feira um conjunto de medidas que apertam a forma como é aplicada a política de imigração, tornando claro que milhões de pessoas atualmente a viver nos Estados Unidos passam a estar sujeitas a deportação, em alguns casos para o México mesmo que não sejam de nacionalidade mexicana.
As novas regras têm um objetivo simples: deportar mais pessoas e mais rapidamente. Quem entrar ilegalmente no país será deportado. Quem entrar via terrestre a partir da fronteira com o México vai ser deportado para o México, independentemente de serem ou não cidadãos mexicanos, em vez de ficarem à espera de serem ouvidos pela justiça em solo norte-americano com acontecia até aqui. Os imigrantes que cometerem crimes, mesmo que sejam crimes leves, também serão alvos de deportação.
As ordens executivas já estavam assinadas e foram agora dadas a conhecer pelo Departamento de Segurança Interna. Estas mudanças vão obrigar ao reforço em 15 mil agentes das autoridades responsáveis pela sua implementação, como a guarda fronteiriça, à construção de estruturas com mais espaço para a detenção de imigrantes e a construção do muro com o México prometido por Donald Trump, que deverá custas à volta de 21 mil milhões de dólares de acordo com a Casa Branca.
A nova política de imigração vem acelerar os processos de deportação, permitindo às autoridades deportar imediatamente mais pessoas. Enquanto na administração Obama a aceleração das deportações eram usada apenas para pessoas a 100 milhas da fronteira, que estivessem no país não mais de 14 dias, agora incluem-se todas as pessoas que estiveram em qualquer parte do país até dois anos.
Trump condena ameaças aos judeus
Donald Trump condenou, esta terça-feira, a recente onda de ameaças à comunidade judaica nos Estados Unidos e afirmou que o anti-semitismo é “horrível” e que tem de ser travado. As declarações surgem depois da Casa Branca ter sido criticada por não denunciar a situação.
As ameaças anti-semitas contra a nossa comunidade judaica e centros comunitários são horríveis e dolorosas e são um lembrete muito triste do trabalho que ainda tem de ser feito para erradicar o ódio, o preconceito e o mal”, cita a CNN.
O presidente do World Jewish Congress, Ronald S. Lauder, incentivou a Casa Branca a reconhecer que “o anti-semitismo está vivo” e assegurou que “os judeus americanos estão preocupados” com as ameaças (até de bomba) de que estão a ser alvo em diversos estados, de acordo com o Washington Post. Também Hillary Clinton incentivou Donald Trump a debater a questão.
A filha do presidente dos EUA, Ivanka Trump, comentou o assunto e defendeu no Twitter que “a América é uma nação construída no princípio da tolerância religiosa“.
America is a nation built on the principle of religious tolerance. We must protect our houses of worship & religious centers. #JCC
— Ivanka Trump (@IvankaTrump) February 20, 2017
Ronald S. Lauder gostou de “ver” o tweet de Ivanka e comentou-o assegurando que as palavras de Donald Trump têm peso e que as suas ações vão falar ainda mais alto.
Glad to see this. All Jews need to urge @POTUS to step forward & share a plan. His words carry weight. His actions will speak even louder. https://t.co/uAgh1R1pA7
— Jonathan Greenblatt (@JGreenblattADL) February 21, 2017