Diz a sapiência popular que a base de uma relação saudável é a confiança. Então, o que acontece quando se começam a levantar suspeitas e a mente se enche dos cenários mais incríveis e teorias da conspirações que colocam tudo em xeque? Hoje nem sequer é preciso sair do sofá para se transformar num detetive da vida do seu parceiro: as redes sociais e os telemóveis são autênticos poços de pistas (umas mais plausíveis do que outras). Há até quem garanta que, num mundo onde os “gostos” numa foto do Facebook são motivos de ciúme, que cada vez é mais difícil ter uma relação saudável.

Os smartphones fazem hoje parte do quotidiano da maioria das pessoas e, ao permitir que esteja constantemente ligado a outras pessoas, podem trazer problemas. Existem seis atitudes ao telefone que podem significar que existe uma terceira pessoa pelo meio da relação. Ou ser simples paranóia.

Rejeitar chamadas sem razão aparente

“Não é ninguém, eu depois ligo”

Imagine um cenário em que estão os dois em casa simplesmente a aproveitar o domingo para descansar e um dos telemóveis começa a tocar. Ele olha para ver quem é, com todo o cuidado para não mostrar demasiado, e rejeita a chamada. A conversa, por norma, surge sempre:

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– Quem era?

– Não era ninguém, eu depois ligo.

Apesar de se tentar manter calma, dá para perceber que ali pode haver “gato”. Ou gata. Desconfie desta atitude, especialmente se não estiverem perto de nenhuma data especial que possa incluir combinações secretas e, mais ainda, se acontecer mais que uma vez ele rejeitar a chamada de “ninguém”. Nestes momentos deve prestar atenção à linguagem corporal: por norma, quando alguém está a mentir acaba por estar mais tenso ou gesticular mais que o normal.

Afastar-se para atender uma chamada

O que é que pode ser tão importante que tem de esconder?

Vamos manter o mesmo cenário. Domingo à tarde, os dois a descansar, a ver um filme ou algo que esteja a passar na televisão. O telemóvel toca e, rapidamente, ele levanta-se, vai até à cozinha e atende discretamente, reduzindo, em muito, o tom de voz. Tenta não ligar, mas quando ele regressa e pergunta quem estava a ligar a resposta é a mesma: “Não era ninguém. Era só um amigo.”

Ninguém consegue levar a sério uma resposta com um “não era ninguém” à mistura. Se não existe uma data especial por perto, a hipótese de estar a ser preparada uma surpresa diminui em muito. Não dizemos que seja algo mau, mas também pode não ser bom.

Apagar constantemente as mensagens e o registo

Ninguém se dá ao trabalho a não ser que queira esconder algo

É comum numa relação que os parceiros saibam os códigos de segurança uns dos outros e mexam livremente no telemóvel de cada um. É uma prova de confiança. No entanto, se começar a existir uma ausência constante de mensagens ou do registo de chamadas no telemóvel, comece a desconfiar.

Apesar dos problemas de memória serem algo constante nalguns dispositivos, os utilizadores não têm o hábito de, todos os dias, apagarem as mensagens e os registos de chamadas. Claro que uma vez por outra é preciso, mas se este for um procedimento que acontece constantemente, é de estranhar. Se ele ou ela apagam algo é porque estão a querer impedir que seja vista ou que existe um segredo que pode prejudicar a relação.

Esconder o ecrã

Longe da vista, longe do coração

O telemóvel está sempre com o ecrã virado para baixo? Até aqui nada de muito estranho, é uma prática comum para algumas pessoas. Mas agora vamos aliar isso ao facto de, sempre que recebe uma notificação, ele vira o telemóvel para o lado contrário ao seu e, se for algo que tenha interesse, ele pega no telemóvel, responde ao que tiver de responder e coloca-o de novo com o ecrã para baixo, tudo isto com o smartphone sempre inclinado para o outro lado impedindo que consiga ver o que se está a passar.

Vamos ser honestos: ninguém utiliza o telemóvel inclinado a não ser que esteja a esconder algo. Todos o fizemos na escola, para o colega do lado não espreitar, assim como o fazemos nos transportes públicos quando reparamos que a pessoa que vai ao nosso lado está atenta a tudo o que estamos a fazer. Mas, uma vez que estão juntos, qual é mesmo o motivo para esconder o ecrã?

Alterar os códigos de bloqueio

Um dia sabe, no outro já não

É comum que as duas pessoas numa relação partilhem o acesso aos telemóveis. Porque foi preciso fazer uma chamada, consultar um dado, transferir fotografias de um para o outro, etc. Como existe sempre um código de segurança, a pergunta é automática: “Qual é o código para ir passar as fotografias para o meu telemóvel?” e pronto, não há problemas.

O problema surge quando, um dia, vai pegar no telemóvel dele só para ver algo e surge a mensagem “código errado”. Qual foi a necessidade de trocar o código? Não vamos já criar confusões. Pergunte apenas qual é, novamente, o pin de desbloqueio. A partir daí, existem dois cenários possíveis:

  1. Ele dá-lhe o novo código como se nada fosse e seguem a vida que sempre levaram;
  2. Ele pega no telemóvel, marca o código, faz mais uma ou outra coisa e só depois é que lho devolve para a mão. Pronto, agora sim a coisas pode ser complicada.

Amigos “caídos do céu”

Dez anos de relação e nunca ouviu o nome da suposta melhor amiga

Vamos agora pensar num domingo soalheiro em que, em vez de ficarem em casa, decidiram ir dar uma volta. Estão a passear pelo parque, tudo normal, e aparece uma rapariga que se dirige ao seu namorado. Ele fica um pouco atrapalhado com a situação, ela está muito íntima a falar com ele e a desconfiança começa a surgir.

“Quem era a tua amiga?”, pergunta depois. E descobre que é a melhor amiga, que sempre esteve lá para o apoiar nos momentos difíceis, com quem ele costuma falar e da qual ele fala constantemente. No entanto, em dez anos de relação, nunca ouviu falar da tal Maria. Ups.