Há falta de segurança informática nas comunicações telefónicas entre governantes e outras altas figuras do Estado, escreve, este domingo, o Diário de Notícias, citando fontes dos serviços de segurança. Segundo uma fonte do Gabinete Nacional de Segurança (GNS), organismo responsável pela segurança das figuras do Estado, a tarefa mais difícil é mesmo convencer ministros e membros dos gabinetes dos governos a prescindirem das redes sociais e a utilizarem telefones encriptados.

O GNS terá chegado a apresentar um plano ao Governo há dois anos para a introdução de tecnologia de ponta nas comunicações do Estado, incluindo equipamentos semelhantes aos utilizados na NATO, mas o plano nunca chegou a ser implementado, porque os membros do governo “perceberam que teriam de abdicar do Facebook e de outras redes sociais, que constituem um elevado risco em matéria de segurança”.

No que toca aos telemóveis, o DN escreve que há um sistema de encriptação que permite proteger as comunicações internas entre os membros do Govern, mas que não funciona em comunicações externas. O mesmo para os e-mails. E até quando membros do Governo trocam comunicações com elementos de outros órgãos, como a Presidência da República, os conteúdos não são protegidos.

Uma fonte do gabinete do primeiro-ministro garantiu ao DN que as comunicações são feitas com recurso a telemóveis normais, apesar de uma fonte dos serviços de informações assegurar que no gabinete do primeiro-ministro, do Presidente da República e de alguns ministros há telefones seguros. Terá sido, aliás, através de telemóveis normais que António Domingues e Mário Centeno trocaram os polémicos SMS referentes à administração da Caixa Geral de Depósitos.

Os problemas de segurança registam-se ainda ao nível das forças de segurança, acrescenta o Diário de Notícias. Isto porque também os processos de coordenação entre as diferentes forças policiais e as secretas também não estavam, até bem recentemente, cobertas por redes de segurança encriptadas.

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