Um saco cheio de prendas. Por estes dias não se fala apenas em filmes e atores nomeados aos Óscares, cerimónia que se realiza este domingo, mas também dos prémios que alguns nomes de Hollywood têm o privilégio de levar para casa. Em inglês, a expressão “gift bag” ou “swag bag” popularizou-se de tal forma que, quando a lemos ou ouvimos, vêm-nos de imediato à memória valores extravagantes e alguma polémica à mistura.

Nos últimos 16 anos, a empresa de marketing Distinctive Assets tem presenteado 25 nomeados aos Óscares, nas categorias de atores e realização, com uma coleção extraordinária de prendas, desde férias pagas a dispendiosos produtos cosméticos. Só em 2016, ano em que Leonardo DiCaprio recebeu finalmente a estatueta dourada, o valor de cada pacote de presentes rondou os 220 mil euros, o mais caro de sempre. Ao todo, nos últimos anos foram oferecidas prendas no valor de quase seis milhões de euros. Segundo a Forbes, autoridade no que a contas diz respeito, são as empresas participantes que doam os seus produtos, além de pagarem uma elevada taxa promocional.

Mesmo sem Óscar, nomeados recebem 180 mil euros em presentes

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Em 2017, à semelhança de outros anos, fazem-se manchetes sobre o assunto mas não há valores ou uma lista de produtos consensuais. Se o britânico The Guardian fala num valor total de 160 mil libras (cerca de 189 mil euros), o Mashable aponta para os 100 mil dólares (95 mil euros). Já a Vogue é mais arrojada e atira para os 338 mil dólares (320 mil euros — até a Teen Vogue é mais contida, ao noticiar 260 mil dólares, qualquer coisa como 246 mil euros).

No que toca aos presentes em si, a Forbes afiança que a prenda mais cara é uma estadia de três dias num rancho californiano, avaliada em 40 mil dólares (cerca de 38 mil euros). Mas a lista não se fica por aqui — tal como pode ver em fotogaleria — e inclui ainda uma estadia de uma semana num spa, três dias no Grand Hotel Excelsior Vittoria, uma pulseira de ouro e diamantes ou 10 sessões com o treinador de celebridades Alexis Seletzky.

Óscares: Espreite os presentes que os nomeados vão receber

De referir que os pacotes de prendas têm sido, ao longo de tanto tempo, erradamente associados à organização oficial. Por esse motivo, a Academia chegou mesmo a processar a empresa Distinctive Assets no rescaldo dos Óscares de 2016 por esta estar a usar continuamente as marcas registadas da Academia, mas também por suscitar uma cobertura mediática negativa centrada em algumas oferendas menos consensuais (falamos de brinquedos sexuais e de uma viagem de 10 dias a Israel).

Entretanto, ambas as partes chegaram a acordo, com a empresa de marketing a fazer um esforço óbvio para dissociar os pacotes de presentes da Academia e a ter optado por refrear a imagem extravagante de outros anos — apesar de a Distinticve Assets recusar-se a discriminar o valor de cada pacote, o seu diretor já assegurou que o mesmo está avaliado em mais de 100 mil dólares. Uma coisa é certa: este ano, como nos outros, há 25 pessoas que não vão para casa de mãos a abanar — quer ganhem o Óscar ou não.