Os depósitos em moeda nacional e estrangeira sob reserva do banco central angolano aumentaram seis por cento entre dezembro e janeiro, invertendo cinco meses de quedas, fixando-se em 1,050 biliões de kwanzas (5.993 milhões de euros).

Segundo dados preliminares do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre o panorama monetário angolano, compilados esta quinta-feira pela Lusa, estas reservas tinham descido no final de 2016 para 989 mil milhões de kwanzas (5.640 milhões de euros), quedas mensais que se repetiam desde agosto.

Em causa está a obrigatoriedade de os mais de 20 bancos comerciais que operam em Angola constituírem reservas sobre os depósitos à ordem do BNA, que fixou taxas de 15% do total em moeda estrangeira e 25% em moeda nacional.

Entre esta denominada “reserva bancária” contavam-se a 31 de janeiro depósitos obrigatórios em moeda estrangeira, que aumentaram para 193.500 milhões de kwanzas (1.100 milhões de euros), e em moeda nacional, que também cresceram, para 691.218 (3.942 milhões de euros).

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Nos últimos cinco anos – período disponibilizado na análise do BNA -, o valor total mais baixo destas reservas bancárias foi em 2012, com 671.325 milhões de kwanzas (3,8 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

Angola vive uma grave crise financeira e económica, decorrente da quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, situação que se reflete ainda na falta de divisas no país, o que dificulta nomeadamente as importações, provocando várias restrições na gestão de moeda estrangeira.

Só desde setembro de 2014, a moeda nacional angolana desvalorizou-se em mais de 40%, face ao dólar norte-americano, para 166 kwanzas para um dólar, à taxa oficial, muito longe dos valores do mercado paralelo, que ronda os 390 kwanzas.

Os bancos comerciais angolanos estão obrigados desde 1 de julho de 2015 a constituir reservas de moeda nacional no BNA equivalentes a 25% dos depósitos dos clientes, anunciou na altura o BNA.

O coeficiente de reservas obrigatórias em moeda estrangeira manteve-se então inalterado em 15%.

O coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional estava fixado em 2014 em 12,5%, tendo o BNA aumentado a 1 de janeiro de 2015 para 15%, justificando a decisão com a necessidade de “garantir a estabilidade de preços”, precisamente no pico da crise da quebra da cotação internacional do petróleo.

Os bancos comerciais que operam em Angola são obrigados a informar regularmente o banco central sobre estas reservas, que envolvem depósitos e operações com títulos.