Donald Trump disse esta quinta-feira que tem confiança “total” em Jeff Sessions, o procurador-geral que lidera o Departamento de Justiça e que, segundo o Washigton Post e o próprio Governo, teve duas reuniões privadas com o embaixador russo Sergei Kislyak, durante a campanha às presidenciais norte-americanas.

O presidente norte-americano disse que “não tinha conhecimento” se Sessions esteve reunido com os russos, mas que acreditava na veracidade do juramento do procurador, conta o The New York Times. Questionado sobre se Jeff Sessions se devia demitir depois deste episódio, Trump respondeu que “achava que não”. Jeff Sessions já marcou uma conferência de imprensa para as 21h (hora de Lisboa).

No centro da polémica está o juramento que Sessions fez antes de ser nomeado para liderar o Departamento de Justiça da Administração Trump. Quando foi questionado sobre se tinha ligações à Rússia, o procurador-geral respondeu, sob juramento, que “não tinha tido quaisquer comunicações com os russos”.

Procurador-geral de Trump reuniu-se com russos durante a campanha

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Na quarta-feira à noite, Jeff Sessions garantiu que não tinha estado em contacto com os responsáveis russos para discutir temas da campanha, ao contrário do que tinha sido avançado pela publicação. “Não faço ideia que alegações são estas, são falsas”, disse o procurador.

As reuniões privadas que Jeff Sessiona teve com o embaixador russo ocorreram enquanto era senador pelo estado do Alabama. Depois da notícia do Washington Post, são já várias as vozes, até do lado republicano, que pedem a demissão de Sessions, por ter mentido sob juramento.

O republicano Kevin McCarthy disse ao programa “Morning Joe”, da MSNBC, que Sessions “tinha de esclarecer” o seu testemunho e deu a entender que o procurador se devia afastar das investigações relacionadas com o envolvimento dos russos na campanha de Donald Trump. “Para que a investigação continue, é preciso assegurarmos que toda a gente confia na investigação que está a ser feita”, diz.

Do lado dos Democratas, o apelo à demissão de Sessions é mais forte. O senador Chuck Schumer, de Nova Iorque, disse mesmo que “pelo bem do país, o procurador Jeff Sessions devia demitir-se”. Nancy Pelosi, da Califórnia, tem a mesma opinião e afirmou que Sessions não tinha um perfil que se encaixasse “para servir no cargo de topo das forças de segurança do país e que se devia demitir”.