Jeff Sessions, o procurador-geral que lidera o Departamento de Justiça da Administração Trump, garantiu, sob juramento, que não tinha tido quaisquer contactos com responsáveis russos durante a campanha eleitoral. Mas o The Washington Post noticiou — e o Governo já confirmou — que Sessions, na altura senador pelo estado do Alabama, teve duas reuniões privadas com o embaixador russo Sergei Kislyak no ano passado.

Sessions, uma das figuras mais importantes do Governo de Trump, foi questionado sobre ligações à Rússia durante a audição que viria a confirmar a sua nomeação para o cargo. Em concreto, foi-lhe perguntado o que faria caso houvesse provas de que alguém próximo da campanha de Trump se tinha reunido com a Rússia. A resposta de Sessions foi que não tinha “qualquer conhecimento de tais atividades”, garantindo que, pelo seu lado, “nunca” tinha tido “quaisquer comunicações com os russos”.

Confrontado com pedidos de demissão por parte do Partido Democrata, por ter “mentido sob juramento”, Sessions publicou uma reação na noite de quarta-feira a sublinhar que “nunca [teve] qualquer reunião com responsáveis russos para discutir os temas da campanha”. “Não faço ideia que alegações são estas, são falsas”, diz o procurador-geral de Trump.

A reunião com Kislyak ocorreu no âmbito dos encontros de Sessions com vários embaixadores, de mais de 25 países, no âmbito dos trabalhos do chamado Comité da Assembleia dos Serviços Armados do Senado.

A Casa Branca, liderada pelo magnata Donald Trump, tem desmentido quaisquer alegações de interferência russa na campanha eleitoral, inclusivamente via a divulgação dos e-mails de Hillary Clinton na altura da Convenção Democrata. No mês passado, o conselheiro de segurança Michael Flynn demitiu-se por ter induzido em erro a Casa Branca sobre se tinha ou não discutido o tema das sanções à Rússia com responsáveis do Kremlin.

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