No último domingo, Alain Juppé não existia em termos de presidenciais de França. Era um vulto, ainda com o pesado resultado das primárias de novembro gravado no seu currículo. No próximo domingo, poderá passar a ser o mais forte candidato a ganhar a primeira volta. Só há um “se” pendente: a desistência de François Fillon. Algo que vai afetar e muito o resto da corrida.

De acordo com uma sondagem do instituto Odoxa para a France 2, o antigo primeiro-ministro e atual líder da câmara de Bordéus conseguiria um total de 26,5% dos votos, ligeiramente acima de Emmanuel Macron (25%) e Marine Le Pen (24%), que ficaria arredada da segunda volta – daí que esteja a torcer para a permanência de Fillon nesta corrida cheia de curvas e contra-curvas sobretudo esta semana.

Há um outro pormenor a ter em conta em relação a este estudo – com um erro de sondagem de 3%, dado importante – realizado entre quarta e quinta-feira, depois do anúncio de que François Fillon seria formalmente acusado do uso indevido de fundos públicos: se o candidato não desistir, cai logo na primeira volta (19%) e Macron consegue ultrapassar pela primeira vez Le Pen (27%-25,5%).

Este é mais um rude golpe nas aspirações de Fillon, que esta manhã perdeu o porta-voz Thierry Solère (apenas mais uma entre muitas demissões). De acordo com o Politico, fonte próxima do candidato admitiu essa possibilidade de desistência no domingo.

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