Um grupo de investigadores do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova descobriu uma nova terapêutica que permite combater a Doença de Parkinson, que provoca a destruição progressiva e irreversível das células do sistema nervoso. Essa descoberta está relacionada com uma proteína reguladora envolvida nos processos de envelhecimento, a sirtuina 2. O estudo, liderado pelo cientista Tiago Outeiro, foi publicado esta sexta-feira na revista PLoS Biology.

Há duas características importantes da Doença de Parkinson: uma delas passa pela degradação dos neurónios produtores de dopamina, um neurotransmissor que, quando não circula em quantidades suficientes no corpo humano, provoca os tremores normalmente associados a este problema. Outra característica dos doentes de Parkinson são os aglomerados de proteínas, a alfa-sinucleína e a sirtuina 2, nos neurónios — algo que não se sabe se é parte causadora da doença ou algo que surge depois de a doença se manifestar.

Ora, de acordo com as conclusões desta equipa de portugueses, que explorou como é que essas proteínas interagem, “a sirtuina 2 remove uma modificação química na alfa-sinucleína chamada acetilação”. Isto significa que a sirtuina 2 faz com que um grupo acetila (composto por carbono, oxigénio e oxigénio — COCH3) não se consiga juntar à molécula da proteína alfa-sinucleína. Nos testes realizados em animais, a equipa percebeu que, reduzindo a quantidade de sirtuina 2, os aglomerados de alfa-sinucleína (característica típica dos doentes de Parkinson) diminuem e tornam-se menos tóxicos. Em humanos, isso sugere que os médicos podem diminuir as concentrações da proteína sirtuina 2 para travar os avanços da Doença de Parkinson. Isso abre um novo caminho para novas terapêuticas de combate à doença.

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