Apoiado numa entrevista exclusiva publicada pelo britânico The Guardian, o Observador relatou que uma engenheira de 33 anos, chamada AJ Vandermeyden, processou a Tesla, acusando a empresa liderada por Elon Musk de adotar comportamentos machistas e sexistas. Prática que, de acordo com a entrevistada, se estenderia aos próprios membros do conselho de administração, os quais, alega AJ Vandermeyden, sempre relativizaram as suas denúncias.

A funcionária, que ainda hoje continua a trabalhar na Tesla, acusa o construtor automóvel norte-americano de veículos eléctricos de pagar mais aos homens do que às mulheres (em igualdade de funções), além de preferir promover homens a mulheres, ainda que as qualificações e a eficiência (superiores) destas o justificassem. Na entrevista, AJ Vandermeyden refere ainda a ocorrência de episódios de assédio.

O próprio The Guardian ressalvou no seu artigo que a marca automóvel de Palo Alto, que inicialmente se recusou a comentar o caso, optou depois por fazê-lo através de um porta-voz. Curiosamente, ou não, as expressões citadas pelo jornal, como sendo a reacção da Tesla ao seu artigo, são precisamente as mesmas que se encontram na declaração que fonte da marca nos fez chegar e que aqui reproduzimos na íntegra:

Tesla is committed to creating a positive workplace environment that is free of discrimination for all our employees. Ms. Vandermeyden joined Tesla in a sales position in 2013, and since then, despite having no formal engineering degree, she has sought and moved into successive engineering roles, beginning with her work in Tesla’s paint shop and eventually another role in General Assembly. Even after she made her complaints of alleged discrimination, she sought and was advanced into at least one other new role, evidence of the fact that Tesla is committed to rewarding hard work and talent, regardless of background. When Ms. Vandermeyden first brought her concerns to us over a year ago, we immediately retained a neutral third party, Anne Hilbert of EMC2Law, to investigate her claims so that, if warranted, we could take appropriate action to address the issues she raised. After an exhaustive review of the facts, the independent investigator determined that Ms. Vandermeyden’s “claims of gender discrimination, harassment, and retaliation have not been substantiated.” Without this context, the story presented in the original article is misleading.

Em síntese, a marca liderada por Elon Musk não só repudia as acusações de que está a ser alvo, como faz questão de as contextualizar para esclarecer o tema. O protagonista? Segundo a Tesla, uma engenheira que, apesar de oficialmente não o ser, por não ter diploma, entrou para a empresa em 2013, integrando a equipa de vendas, tendo posteriormente ocupado diferentes cargos relacionados com a área de engenharia.

A acusação? Diz a marca de Palo Alto que, mesmo após ter recebido as denúncias por parte dessa funcionária, tal não impediu que Vandermeyden assumisse outras funções. Tendo inclusivamente sido promovida, “o que evidencia o facto de a Tesla estar empenhada em premiar o seu trabalho e talento”.

Tudo na mesma? Uma das críticas de Vandermeyden ao The Guardian prendia-se com o facto de, apesar de se ter queixado, nada ter mudado desde então. A esse respeito, a Tesla faz saber que, pelo contrário, as denúncias efectuadas pela funcionária desencadearam de imediato uma reacção da marca, que terá recorrido a uma entidade independente – na pessoa de Anne Hilbert, da EMC2Law – para investigar o caso. Com o intuito de, “se se justificasse”, serem adoptadas as devidas medidas. Sucede que, no âmbito dessas averiguações, Anne Hilbert concluiu que “as denúncias de discriminação de género, assédio e retaliação não ficaram provadas”.

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