And the winner is… Desta vez não houve nenhum epic fail como nos óscares, mas a verdade é que o anúncio do vencedor parecia aquele papel teima em anichar-se dentro do envelope sem querer sair. No final de um longo dia, surgiu a confirmação: Bruno de Carvalho foi reeleito como presidente do Sporting para mais um mandato.

Apesar dos sorrisos após o fecho das urnas e na divulgação do número total de sócios que tinham participado neste ato (18.755, o maior de sempre, embora se deve tomar em linha de conta que em 1988, quando houve 17.093 mas apenas no pavilhão, sem qualquer voto por correspondência), começou a perceber-se por volta das 23h que o anúncio dos resultados não seria algo assim tão rápido como se queria.

Nem isso demoveu centenas de pessoas que saíram de casa em direção a Alvalade ou, em muitos casos, de restaurantes junto do estádio para o edifício Visconde de Alvalade, onde a pala ainda conseguiu abrigar as centenas de pessoas da chuva que de vez em quando ia aparecendo com mais força. Em Alvalade, começava o falatório. O problema estava nos votos por correspondência, que as listas A e C quiseram contar antes de serem conhecidos os valores do voto eletrónico. E o epílogo tardava.

A hora suposta, uma da manhã, passou. Os adeptos lá fora começavam a ficar impacientes, não pelos resultados mas porque queriam era descer para a Praça Centenário. E no piso 2 de Alvalade, entre camarotes e Casa do Marquês, já havia abraços e festa. Bruno de Carvalho tinha ganho e de forma esmagadora, muito mais do que os próprios elementos da lista B ponderavam até ao dia de hoje.

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Outro local, outro timing

Jaime Marta Soares era esperado à uma hora da manhã no auditório Artur Agostinho. De repente, por volta das 2h20, os jornalistas foram chamados para junto do palco que tinha sido montado na Praça Centenário (de vez em quando a apanhar chuva, mas são ossos do ofício). As expressões de Bruno de Carvalho e os abraços com by Ads” href=”#21549874″> colegas de Conselho Diretivo, familiares e outro staff não deixava dúvidas em relação ao vencedor. Como às vezes acontece nas novelas das contratações dos jogadores, só falta assinar. Que é como quem diz, anunciar os resultados.

No entanto, a certa altura, Bruno de Carvalho, que ainda esteve algum tempo à espera cá fora, voltou para o interior do hall VIP, reaparecendo depois. Não se percebeu ao certo o que se passou, mas a verdade é que tudo ficou ainda mais atrasado por esse impasse. Teria a ver com a questão dos votos brancos?

As primeiras informações que foram chegando em “off” falavam em 90%-10%, mas a percentagem da vitória de Bruno de Carvalho ficou-se pelos 86.13%. E o que explicou essa diferença foi a alteração de método para anúncio dos resultados. Olhando para 2013, a percentagem anunciada para cada um dos três candidatos perfazia um total de 100%, sendo depois anunciado o número de sócios e votos em branco ou nulos. Exemplo: no limite dos limites, basta uma pessoa votar numa lista e todas as outras preferirem o voto branco ou nulo para, no final, haver vencedor. Desta vez, não foi isso que acabou por acontecer.

A decisão teve ainda um outro ponto que diz respeito ao Conselho Fiscal e Disciplinar e Conselho Leonino: tratando-se de órgãos eleitos pelo método de Hondt, os votos brancos e nulos não fazem sentido porque não existem a nível de representatividade – não existirão lugar vagos no órgão para dar continuidade a esse voto de protesto. E entre as habituais “afinações” e confirmações, isso poderá ter motivado também o atraso na divulgação dos resultados (além do último associado ter votado quase às 21 horas).