A Autoridade Nacional do Medicamento vai analisar a publicidade aos medicamentos para a acidez no estômago e lança, esta quarta-feira, uma campanha para alertar os portugueses para os efeitos adversos destes comprimidos.

Esta campanha surge na sequência do aumento da venda destes remédios não sujeitos a receita médica. Nos últimos dois anos, o Infarmed registou um aumento na ordem dos 62%, apesar da queda para metade registada entre 2010 e 2014. Só em 2016 passou-se de 85 mil embalagens vendidas para 138 mil .

Em declarações à TSF, o presidente da instituição admite que o problema possa estar nas campanhas de marketing. “Provavelmente será um efeito do marketing farmacêutico. Isto é o efeito de medicamentos não sujeitos a receita médica”, afirmou Henrique Luz Rodrigues, adiantando ainda que o Infarmed irá proceder a uma avaliação à publicidade destes fármacos para perceber se contém as obrigatórias contraindicações.

“A publicidade que pode ser feita tem de ser uma publicidade que seja orientadora para a utilização dos medicamentos. Se o medicamento não está sujeito a receita médica é porque o consideramos suficientemente seguro para ser utilizado. Agora importa é que o utente tenha consciência dos riscos que corre se o utilizar fora das indicações terapêuticas”, acrescentou.

O presidente do Infarmed explica ainda que a toma de inibidores da bomba de protões, estes medicamentos como omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol, dexlansoprazol ou esomeprazol, durante meses ou até anos, pode levar ao aumento do risco de fraturas ósseas, ao agravamento de infeções gastrointestinais, entre outros problemas.

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