Nove famílias, num total de 38 pessoas, vão ser realojadas temporariamente num centro comunitário em Câmara de Lobos, na Madeira, devido a uma derrocada de grandes dimensões ocorrida esta quarta-feira de manhã nas traseiras de um bloco de apartamentos.

Foi uma derrocada que aconteceu hoje pelas 7h30 da manhã. Felizmente, e isso é que é importante, não houve vítimas, não houve feridos”, disse o presidente da Câmara Municipal, Pedro Coelho, após uma reunião com técnicos do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC), do serviço regional de Proteção Civil e da empresa pública Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM).

O autarca explicou que o bloco de apartamentos, que faz parte do complexo de habitação social Nova Cidade, foi evacuado e permanecerá desocupado “por questões de segurança e de avaliação do talude” sobranceiro.

Do total de 16 famílias que vivem naquele edifício, nove serão temporariamente realojadas num centro comunitário, propriedade da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, localizado no mesmo complexo.

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“Houve danos em algumas habitações, sobretudo no rés-do-chão e no primeiro andar. No interior, não”, explicou Pedro Coelho, vincando que a encosta sobranceira ainda representa uma ameaça, pelo que “nesta fase e neste bloco” as pessoas não vão para já pernoitar em casa.

O Complexo Habitacional Nova Cidade, localizado na margem de uma ribeira, junto a uma escarpa rochosa, perto do centro de Câmara de Lobos, foi inaugurado há 13 anos e é gerido pela empresa pública Investimentos Habitacionais da Madeira.

“Eu pensava que era o fim do mundo”, desabafou Natividade Silva, moradora no bloco atingido pela derrocada, que bloqueou parte dos acessos às habitações, bem como as varandas de três apartamentos.

Ao seu lado, António Rodrigues, também morador naquele bloco, explica que o estrondo foi de tal ordem que o fez pensar num terramoto. “Estão há espera que haja mortos para fazer alguma coisa”, dizia, por seu lado, Patrícia Silva, residente no bloco contíguo, lembrando que há seis anos também ocorreu uma derrocada naquela área.

Cecília Vieira, outra moradora, não escondia a indignação: “Não matou, mas era para matar”, disse, sublinhando que “não é a primeira vez que caem pedras aqui”.