O primeiro-ministro diz que não vai contribuir para alimentar a estratégia do PSD de criar um “clima artificial de confrontação, que não existe na sociedade portuguesa”, escusando-se a prosseguir um “pingue-pongue” com os sociais-democratas.

Questionado em Bruxelas sobre as declarações desta manhã do líder da bancada parlamentar do PSD Luís Montenegro, que em entrevista à Antena 1 afirma que se o executivo de António Costa falhar é possível encontrar outra solução governativa, sem que seja necessário eleições antecipadas, o chefe de Governo respondeu que nem sequer faz sentido alimentar tais cenários, pois “tudo decorre normalmente”.

Costa sustenta que “o país hoje tem uma maioria que funciona, tem estabilidade política, um excelente relacionamento entre os diferentes órgãos de soberania, nunca o Tribunal Constitucional teve tão pouco trabalho e não há um único caso de inconstitucionalidade ao longo de todo o ano”.

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS acrescentou ainda que já foram alcançados “dois acordos em sede de concertação social” e realçou que “os níveis de confiança dos portugueses estão num recorde que não tínhamos desde o ano 2000”.

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“Portanto, eu não quero continuar a alimentar este pingue-pongue com o PSD e nem vou contribuir para andar a alimentar esta estratégia de criação de um clima artificial de confrontação, que não existe na sociedade portuguesa, em setor nenhum, e portanto não faz sentido”, concluiu Costa, que se encontra em Bruxelas para participar numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE.

Na entrevista à Antena 1, Montenegro afirma que, no caso improvável de queda do Governo socialista de António Costa – apoiado por Bloco de Esquerda, PCP e PEV –, “não é preciso eleições”, pois “o quadro parlamentar permite outros ajustamentos desde que haja vontade política dos partidos”.

“Dou como garantido que a geringonça se vai aguentar esse tempo todo. Presumo que sim, mas mesmo que não se aguentasse isso não significa ‘per si’ que tenha de haver eleições antecipadas”, declarou, sublinhando que nestes casos “é preciso esgotar todas as soluções parlamentares”.