Se o governo de António Costa falhar, é possível encontrar outra solução governativa sem que os portugueses tenham de ir às urnas. A proposta é defendida pelo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, numa entrevista à jornalista Maria Flor Pedroso na Antena 1, divulgada hoje de manhã e na qual se destacou o tom crítico sobre a atuação do governo ou o primeiro ano de mandato de Marcelo.

A sugestão de Montenegro envolve um cenário em que, caso o governo deixe de ter o apoio do Bloco de Esquerda, do Partido Comunista e d’Os Verdes, seja possível encontrar outra solução governativa sem que seja necessário convocar eleições antecipadas. “O quadro parlamentar permite outros ajustamentos, desde que haja vontade política dos partidos. Não lhe estou a dizer que vai haver, nem lhe estou a dizer que estou a contar com isso. Estou a dizer que o quadro deve esgotar-se, para haver eleições antecipadas devem-se esgotar os quadros todos”, defende na mesma entrevista à Antena 1.

O líder da bancada social-democrata revela ainda que o partido vai apresentar uma proposta de redução de deputados, para 181, para que não seja necessária uma revisão constitucional. Explica que ainda estão a ser acertados pormenores, aposta no voto preferencial e a reestruturação do número de círculos eleitorais. Um modelo que garante a proporcionalidade, assume.

Montenegro deixa também um desafio a Rui Rio: que avance no congresso em 2018, a seguir às Autárquicas, “se ele assim avaliar”. Isto porque, reforça, “é positivo que o PSD possa confrontar quer protagonistas quer projetos, nas alturas certas, que é para o partido não se ficar a queixar das decisões que tomou”.

O presidente da República também não escapou às farpas de Montenegro, que critica por várias razões, entre as quais por ter sido deselegante com Teodora Cardoso, a presidente do Conselho de Finanças Públicas que considerou um “milagre” o défice conseguido em 2016. Sobre Autárquicas, admite que o PSD ainda pode ganhar as eleições em Lisboa, mas não avança nomes, mesmo reconhecendo que “a cada semana que passa (sem candidato) se torna mais difícil”.

Luís Montenegro admite que o clima de crispação no parlamento é real, ao contrário do que disse o primeiro-ministro, diz-se tranquilo por deixar de ser líder parlamentar no final desta sessão legislativa e crítica Carlos César que, na semana passada, na Antena 1 defendeu a baixa de impostos.

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