O Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados com a crise política na Guiné-Bissau voltou hoje a exigir, numa manifestação de rua, a renúncia ao cargo do Presidente guineense, José Mário Vaz.

A manifestação do movimento, constituído essencialmente por jovens de Bissau, percorreu os cerca de oito quilómetros que separam a rotunda do aeroporto do centro da capital guineense, onde acabou por se realizar um comício nas imediações do palácio da presidência.

Lesmes Monteiro, da coordenação do movimento, disse aos jornalistas que a ação do protesto visa “despertar a consciência dos cidadãos” para a necessidade de “dizer basta” ao Presidente guineense, que acusa de ser “o principal responsável pela persistência da crise política”.

“O povo da Guiné-Bissau está exausto, cansado, dos políticos que nós temos, principalmente do Presidente da República, por causa da incapacidade na gestão da crise”, declarou Lesmes Monteiro, um conhecido cantor de intervenção social.

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O ativista chamou q atenção da comunidade internacional para aquilo que diz ser a divisão na sociedade guineense, promovida pelo chefe do Estado.

“A renúncia do Presidente é a única solução para tudo isso”, defendeu Monteiro, que anunciou ainda uma nova manifestação do seu movimento no próximo dia 25, em Bissau.

Na passada quinta-feira, um outro movimento, denominado o Cidadão, realizou em Bissau uma manifestação pacífica para exigir a reabertura do Parlamento, que se encontra bloqueado há mais de um ano meio devido às divergências entre os dois principais partidos parlamentares, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido da Renovação Social (PRS).

Aquele movimento anunciou que pretende intentar uma ação judicial contra o presidente do Parlamento, Cipriano Cassama, pelo que considera ser um bloqueio deliberado daquele órgão.