A polícia da Coreia do Sul está a preparar-se para a possibilidade de novos confrontos este sábado entre opositores e apoiantes da Presidente destituída, Park Geun-hye, no âmbito de um escândalo de corrupção que abalou o país.

Park Geun-hye foi na sexta-feira destituída pelo Tribunal Constitucional, que ratificou a decisão do parlamento no mesmo sentido tomada a 09 de dezembro.

Três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos entre a polícia e os apoiantes de Park, após a decisão do tribunal na sexta-feira, segundo a polícia, que deteve sete manifestantes para interrogatório, informou a agência Associated Press.

A agência da polícia metropolitana de Seul prevê destacar esta sexta-feira cerca de 20 mil agentes e centenas de autocarros para separar apoiantes e contestatários de Park, que têm dividido as ruas perto do palácio presidencial nos últimos fins de semana.

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Na sexta-feira, milhares de apoiantes de Park reagiram mal ao veredito do Tribunal Constitucional, tendo gritado e atingido os agentes da polícia com paus de bandeiras, além de terem ido para cima dos autocarros da polícia usados para criar um perímetro de segurança para proteger o tribunal.

Pelo menos uma das vítimas morreu na sequência de ferimentos na cabeça, depois de cair de cima de um autocarro da polícia em frente ao Tribunal Constitucional.

Park Geun-hye é suspeita num caso de corrupção e tráfico de influências que envolve uma amiga confidente.

O Ministério Público considera que Park Geun-hye teve um papel “considerável” no caso e acusou formalmente a amiga Choi Soon-sil e dois antigos assessores presidenciais, indicando que Park cooperou com Choi e os outros dois ex-colaboradores, que são suspeitos de terem pressionado mais de 50 empresas do país a doar 65,7 milhões de dólares (62 milhões de euros) a duas fundações.

Com a destituição, Park perde a imunidade e a Coreia do Sul tem que realizar eleições presidenciais no prazo inferior a 60 dias.

O escândalo “Choi Soon-sil Gate” reduziu a taxa de aprovação da Presidente a 5%, o valor mais baixo alguma vez alcançado por um chefe de Estado na Coreia do Sul desde que o país alcançou a democracia no final da década de 1980.