O candidato republicano às próximas eleições francesas, François Fillon, que chegou a ser visto como favorito para suceder a François Hollande, apresentou esta segunda-feira, em Paris, o seu “projeto para França“. Um “projeto” que quer “endireitar” o país com reformas económicas que passam pelo aumento da idade da reforma, um aumento do IVA e o fim das 35 horas de trabalho na Função Pública. Se a Função Pública francesa quiser ganhar mais, terá de trabalhar mais, diz Fillon.

Apesar da queda nas sondagens, associada aos escândalos em que Fillon se viu envolvido, François Fillon garante que o seu projeto para o país é o mesmo que era nas primárias, na altura em que o ex-primeiro-ministro de Sarkozy venceu a nomeação pelo Partido Republicano.

Piscando o olho ao centro político, que Emmanuel Macron parece ter ocupado, a julgar pelas sondagens, Fillon quer aumentar o IVA de 20% para 22% e usar a receita adicional em programas de apoio social. Além disso, o republicano reiterou a intenção, avançada durante a campanha para as primárias, de instalar um imposto de solidariedade sobre as grandes fortunas (conhecido pela sigla ISF).

De resto, o plano económico de Fillon é todo pensado com o objetivo de dar um “choque de competitividade” na economia francesa. Além de acabar com a semana de 35 horas na Função Pública (para uma semana de 39 horas, “em base anual”), François Fillon diz que França tem de encolher a sua Função Pública em 500 mil postos de trabalho. No setor privado, Fillon quer fazer uma reforma do código do trabalho, tornando o mercado laboral mais flexível e limitando os valores das indemnizações por eliminação dos postos de trabalho.

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Em termos globais, o candidato quer conter as despesas públicas do Estado em 100 mil milhões de euros.

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Falando sobre Emmanuel Macron, que já o ultrapassou nas sondagens, Fillon diz que o independente é o candidato da “continuidade”, numa tentativa de o colar às políticas do atual Presidente, François Hollande, cujo baixa popularidade o levou a não tentar a recandidatura. Emmanuel Macron não concorre pelos socialistas (de Hollande) mas foi seu ministro da Economia — a sua candidatura é independente. Fillon acusa Macron de não ter “uma única reforma estrutural no seu programa” ou qualquer “estímulo à competitividade”.