A Associação Mutualista Montepio Geral convocou esta quarta-feira os associados para uma assembleia-geral a realizar dia 30 de março pelas 20h00, na sede, em Lisboa.

De acordo com a ordem de trabalhos, constituída por cinco pontos, entre os quais a apreciação das contas individuais (relatório do Conselho de Administração e parecer do Conselho Fiscal) da associação mutualista relativa ao exercício de 2016 e a apreciação das contas consolidadas de 2015.

A assembleia-geral irá também deliberar sobre as propostas de aplicação de resultados e analisar “o projeto de reforma do regulamento de benefícios”.

A Associação Mutualista Montepio Geral teve lucros de 7,4 milhões de euros em 2016, contra o prejuízo de 393,1 milhões de euros registados em 2015, divulgou na terça-feira aquela entidade.

Estas contas são as individuais da Associação Mutualista [não incluem os resultados das empresas que detém] e dão conta de que o ativo líquido da Associação Mutualista situou-se em 3.742 milhões de euros em dezembro de 2016, menos 3,2% face a 2015, e que os capitais próprios atingiam 615,5 milhões de euros, excluindo imparidades e provisões líquidas.

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A Associação Mutualista dá ainda conta de que que as receitas associativas reduziram ligeiramente 1,1% em 2016 face a 2015, para 477,7 milhões de euros, e de que, o ano passado, fez um aumento de capital na Caixa Económica Montepio Geral (de que é dona) de 270 milhões de euros.

O Público noticiou na terça-feira que a Associação Mutualista tinha, no fim de 2015, capitais próprios negativos de 107,53 milhões de euros, o que significa que tinha um passivo (valor que deve) superior ao ativo (valor que possui), uma situação que configura ‘falência técnica’ do ponto de vista contabilístico e que coloca pressão sobre a Caixa Económica Montepio Geral, que se estima que poderá vir a precisar de capital social adicional.

Em conferência de imprensa, Tomás Correia lamentou a notícia e garantiu esta quarta-feira de que não há risco de falência da Associação Mutualista e tem atualmente recursos para fazer face às responsabilidades perante os seus associados.

Questionado pelos jornalistas sobre se a situação patrimonial negativa se mantinha no final de 2016, o responsável disse que as contas consolidadas do ano passado não estavam fechadas, mas admitiu que a Associação Mutualista mantinha capitais próprios negativos no fim de dezembro passado, ainda que ressalvando que a instituição não está em causa por isso.

A Associação Mutualista Montepio Geral, com mais de 600 mil associados, é o topo do Grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a CEMG, que desenvolve atividade bancária.