A construtora brasileira Odebrecht deu dinheiro para a campanha de 2010 do atual Presidente da Colômbia, numa “operação irregular”, admitiu na terça-feira um assessor de Juan Manuel Santos. O empresário Roberto Prieto, que trabalhou na campanha eleitoral de 2010 de Juan Manuel Santos, quando este foi eleito Presidente, e que foi diretor da campanha da reeleição, em 2014, disse que “houve uma operação irregular” na primeira, quando a Odebrecht pagou a impressão de milhões de cartazes do candidato. “É uma realidade e tenho de o dizer honestamente, foi uma operação irregular”, disse Roberto Prieto à Blu Radio.

O empresário sublinhou que Juan Manuel Santos “não teve nada a ver” com esta situação e que nada sabia sobre a mesma. O Presidente e Prémio Nobel da Paz de 2016 já condenou o ocorrido em 2010 e pediu desculpa aos colombianos por algo “vergonhoso que nunca deveria ter acontecido” e que disse desconhecer até agora. “Não autorizei nem tive conhecimento destas ações, que violaram as normas éticas e de controlo que impus na campanha”, disse, num vídeo divulgado pela Presidência colombiana.

Juan Manuel Santos pediu ainda a todos os envolvidos “que esclareçam o mais depressa possível esta atuação inaceitável”. No mês passado, haviam sido noticiados indícios de que houve dinheiro da Odebrecht na campanha colombiana de 2014, tanto na candidatura de Juan Manuel Santos como na do seu rival, Óscar Iván Zuluaga. Juan Manuel Santos e Prieto negaram essas notícias relacionadas com a campanha de 2014.

Sobre os cartazes de 2010 pagos pela construtora brasileira, Roberto Prieto disse na terça-feira que ele próprio ordenou a sua impressão e que “o dinheiro saiu da Odebrecht”. A Odebrecht e a pretrolífera Petrobras estão no centro de um inquérito no Brasil, iniciado em 2014, que investiga um sistema de corrupção que passava pelo pagamento de subornos a responsáveis políticos brasileiros e de outros países da América Latina, assim como de África.

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