O ex-conselheiro para a Segurança Nacional de Donald Trump, o general Michael Flynn, recebeu mais de 50 mil euros de rendimentos dos serviços de consultoria que terá prestado a empresas russas pouco antes de começar formalmente a aconselhar Donald Trump, então candidato à Presidência. Os valores foram revelados por uma comissão do Congresso dos Estados Unidos.

A notícia, que está a ser avançada pelo New York Times, diz que Michael Flynn, que se demitiu depois de ter sido revelado que mentiu ao vice-presidente Mike Pence sobre ter conversado sobre sanções com o embaixador russo nos Estados Unidos, terá recebido 11.250 euros de uma empresa de transporte aéreo de mercadorias russa suspensa pelas Nações Unidas na sequências de um escândalo de corrupção e outro tanto de uma empresa russa de cibersegurança que estava a tentar expandir o seu negócio nos Estados Unidos.

Segundo o jornal, estes negócios terão acontecido durante a segunda metade de 2015, um ano depois de ter sido despedido do cargo de diretor da Defense Intelligence Agency e numa altura em que ainda tinha um nível de autorização que lhe permitia acesso a informação confidencial.

Para além destes dois pagamentos, Michael Flynn ainda terá recebido mais 33.750 euros da televisão russa RT, para falar sobre a política externa norte-americana e assuntos relacionados com Intelligence numa conferência em Moscovo.

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Confrontado com estes pagamentos, um porta-voz do general na reforma disse que Michael Flynn comunicou, tal como a lei obriga, o pagamento dos 33.750 euros da parte da RT pela conferência em Moscovo, mas não esclareceu se os restantes dois pagamentos foram comunicados.

A informação foi enviada para o Congresso norte-americano em emails e documentos que confirmam os pagamentos, numa altura em que os contactos entre a campanha de Trump e responsáveis do governo russo continuam a ser investigados pelo FBI, em colaboração com a CIA, a NSA e a unidade de crimes financeiros do Departamento do Tesouro.

Depois de Paul Manafort se ter demitido de diretor de campanha de Trump, e de um outro conselheiro se ter afastado, Michael Flynn foi o primeiro membro da administração a ser afastado devido ao caso. Jeff Sessions, o Procurador-Geral dos Estados Unidos, apresentou escusa na investigação do processo devido aos seus próprios contactos com o embaixador russo nos Estados Unidos.