Parece que está talhado para ser assim: ganhe ou perca, goleie ou seja goleado, José Mourinho é sempre notícia. E neste caso em específico que aconteceu quinta-feira, durante a partida entre Manchester United e Rostov, nem foi por motivos nem bons nem maus – apenas bom senso. Mas o que levou o técnico a descascar uma banana para passar a Marcos Rojo? Combater o desgaste físico, defendeu. “Pura encenação”, atacou o ex-capitão do conjunto inglês, Roy Keane. E a guerra entre ambos connheceu mais um capítulo.

O que defende José Mourinho?

“Não sei, mas já estiveram realmente cansados alguma vez na vida? Eu estive cansado muitas vezes e sei o que são os limites do corpo e a necessidade de ter algo. O jogador pediu uma banana e uma banana… não é para rir. Não é mesmo para rir. Devemos respeitar os atletas nos seus limites porque deram absolutamente tudo. Irei recordar para sempre que quando falei com um delegado da UEFA ele disse-me que se algum dos meus jogadores se lesionasse, haveria seguro para cobrir isso”, sublinhou em conferência, recordando as péssimas condições do relvado que os ‘red devils’ encontraram no jogo da primeira mão, na Rússia.

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“Estávamos com receio do prolongamento, foi um jogo difícil. Temos muitos inimigos. Por norma o ‘inimigo’ devia ser apenas o Rostov, mas temos muitos inimigos. É difícil jogar na segunda-feira com de jogadores uma hora, é difícil jogar agora, é difícil jogar ao meio-dia no domingo. Temos muitos inimigos. As pessoas podem dizer que devíamos ter marcado mais golos mas temos uma série de coisas contra nós. Os rapazes foram fantásticos. Provavelmente vão perder o jogo no domingo com o Middlesbrough”, acrescentou.

O que defende Roy Keane?

“Nunca ouvi tantos disparates em toda a minha vida – porque temos de ouvir isto? O que está a dizer é completamente absurdo. Ele é o treinador do Manchester United, um dos maiores clubes do planeta, tem o plantel que tem, os jogadores que tem, e queixa-se constantemente da calendarização dos jogos e da fadiga. Nas taças, tiveram um caminho fácil, com bons sorteios. O que está a dizer não faz sentido, talvez o clube seja demasiado grande para ele. Estou pelos cabelos com ele”, retorquiu Roy Keane, hoje comentador da ITV Sport.

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“Ele está a falar de um colapso de um jogo num jogo mais fácil do que um treino. Já vi jogadores comerem biscoitos de chocolate durante um jogo, mas acho que fizeram um drama maior do que era. Ele tem outras pessoas, preparadores físicos, médicos, que podiam ter feito aquilo. Foi tudo encenado, sem dúvida”, acrescentou o ex-capitão dos red devils.

Os antecedentes de uma grande antipatia

Quando José Mourinho ainda era treinador do Chelsea, tirou Roy Keane do sério em 2014: num encontro contra o Aston Villa, clube do qual o ex-capitão do Manchester United era adjunto, o português foi cumprimentar o técnico Paul Lambert mas ficou de mão a abanar porque o adversário realçou que o encontro ainda não tinha acabado.

Já no decorrer da presente temporada, mais concretamente no passado mês, Keane atacou Mourinho após ler várias crónicas que davam conta dos progressos do Manchester United. “Estão em sexto, não conseguem ultrapassar ninguém na classificação há três meses e todos conseguem ver progressos?”, questionou.