O Governo angolano está a negociar com Marrocos apoio no domínio da produção de fertilizantes, um setor em que o país, apesar das potencialidades agrícolas, continua a ser largamente deficitário.

Para o efeito, de acordo com informação governamental enviada à Lusa, o ministro da Agricultura angolano, Marcos Alexandre Nhunga, realiza a partir de quarta-feira uma visita de trabalho de quatro dias a Marrocos, visando o “reforço da cooperação” entre os dois países, no domínio agrícola.

A visita pretende “analisar e discutir” com as autoridades competentes da Agricultura de Marrocos e o Grupo Marroquino de Fosfatos (OCP) “as modalidades práticas de fornecimento de fertilizantes compostos” a Angola, tendo em conta a implementação da Estratégia para o Aumento da Oferta de Fertilizantes no país, aprovada na reunião conjunta das comissões Económica e para a Economia Real, de 23 de ferreiro passado. Esta missão angolana a Marrocos integra igualmente empresários nacionais ligados à fileira de fertilizantes, de acordo com a mesma informação.

Angola vive uma profunda crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra nas receitas com a exportação de petróleo, tendo lançado há mais de um ano um programa governamental de diversificação da economia, apostando nomeadamente na agricultura. Contudo, os agricultores nacionais têm vindo a lamentar as dificuldades no acesso a adubo, exclusivamente de importação, devido à falta de divisas, o que obrigou à intervenção do Governo, no segundo semestre de 2016, apoiando a importação de 25.000 toneladas.

Dados de julho último do Ministério da Agricultura apontavam para a necessidade de importação de 70.000 toneladas de adubos entre 2016 e 2017, com o Governo a defender a necessidade de instalação no país de uma indústria nacional de adubos e fertilizantes, tendo em conta o aumento da produção agrícola em perspetiva.

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