Acham que têm mais qualificações do que a anterior geração, mas que ainda assim recebem salários consideravelmente mais baixos e por mais horas de trabalho (60% a 70%). A maior parte (78%) considera que no mercado de trabalho se dá cada vez menor importância a valores e princípios. Muitos (70%) têm na situação económica uma das mais prementes preocupações — só a saúde suplanta a carteira, com 77%. Alguns (30%) assumem que adorariam ter mais filhos mas apenas se as respetivas entidades empregadoras tivessem melhores políticas de conciliação trabalho-família.

Posto isto, não é difícil perceber por que falam as conclusões do estudo, encomendado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) à Netsonda, numa “significativa falta de esperança” no futuro, por parte dos jovens portugueses.

No total foram 400 os inquiridos, através de entrevistas online, levadas a cabo no início de 2017. Todos tinham entre 20 e 40 anos, habilitações literárias da licenciatura ao doutoramento, e pelo menos um ano de experiência profissional. Só 7% estavam desempregados — e 12% admitiram acumular trabalhos de onde retiram parte significativa dos respetivos rendimentos (acima de 20% do total auferido). A maior parte (43%) afirmou receber entre 10 e 20 mil euros brutos por ano — dá entre 714 e 1.429 euros ilíquidos por mês (contas feitas a 14 meses).

O que menos preocupa os jovens portugueses? Numa perspetiva pessoal, as suas vidas espirituais ou interiores (29%) e a busca pela respetiva missão no mundo. Do ponto de vista profissional, terem de ir trabalhar para o estrangeiro (39%), ou terem escolhido um curso com poucas saídas (31%).

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