Histórico de atualizações
  • São as últimas respostas de Vara. O ex-gestor garante que não teve conhecimento do que se passou e levou à proposta do então presidente da Caixa para o BCP. “Se alguma vez imaginasse” que iria para o BCP.

    Dá jeito dizer que havia um grupo organizado para tomar de assalto ao BCP. “É uma versão e não corresponde à realidade. Foi tudo muito rápido. E o Estado foi logo informado. A necessidade de encontrar uma alternativa à lista de Filipe Pinhal foi comunicada numa reunião em que o governador fez este aviso aos maiores acionistas do BCP.

    Grupo organizado para tomar de assalto ao BCP? Sempre pensei que a Caixa estava fora, foi isenta. Por muito que custe, é a realidade.

    E está terminada esta audição que durou mais de quatro horas. As audições ficam entretanto suspensas até dia 4 de maio. Muito obrigada por nos ter acompanhado.

  • "A Caixa nunca participou na guerra do BCP"

    A Caixa nunca participou na guerra do BCP”. Armando Vara lembra que todos os acionistas aprovaram a sua candidatura. E sublinha que foram exigidas garantias adicionais aos acionistas que tinham sido financiados pelo banco e cujas ações desvalorizam. Sobre a sua ida para o BCP, Vara diz que pensou no assunto (o convite de Santos Ferreira) e achou que valia a pena o desafio.

  • Vale de Lobo: Caixa meteu 197 milhões mais 30 milhões. Promotores entraram com 10 milhões

    O ex-banqueiro justifica ainda que a realização do aumento de capital foi feita à medida que o projeto avançava, o “que era normal.” E de que valores estamos a falar?

    A Caixa colocou 197 milhões de euros de financiamento e 30 milhões em suprimentos (capital social) a uma taxa de juro 6%. Os promotores colocaram dez milhões de euros.

    Armando Vara confirma que a Vale do Lobo propôs a compra de um terreno por 15 milhões a uma sociedade offshore num negócio financiado pelo BCP e pelo BES. Era um projeto que ia valorizar Vale do Lobo.

  • Apoio da Caixa a Vale do Lobo. "Confiávamos nos promotores"

    O empreendimento de luxo no Algarve, Vale do Lobo, foi proposto ao diretor da Caixa para o Algarve. E quem eram os promotores?, pergunta de Moisés Ferreira. Vara responde sem hesitar: Diogo Gaspar Ferreira, antigo diretor do Sporting, Rui Horta e Costa, ligado à banca, e Hélder Bataglia, que liderava um grupo sediado em Angola, a Escom. Os nomeados, tal como Armando Vara, foram constituídos arguidos no quadro da Operação Marquês.

    E porque se entusiasmou com o projeto? Foram os promotores?, por capital não tinham, conclui Moisés Ferreira.

    Vara diz que o resort “assentava como uma luva no projeto prime que queríamos para a Caixa. Mas também confiávamos naqueles promotores, um era profissional do setor, outro era o homem da banca, e o outro liderada uma importante empresa em Angola. “Não havia razão para duvidar que tinham capacidade para avançar com o projeto”.

  • "O tempo que tivemos na Caixa foi talvez o que teve menos intervenções nas decisões"

    Vara: “O tempo que tivemos na Caixa foi talvez o tempo em que houve menos intervenções nas decisões da Caixa. O Governo reduziu a administração e só substituiu três. “Era uma administração muito colorida”, referindo-se à diversidade política da gestão da qual fez parte.

  • O que teria acontecido à Sonae se tivesse ganho a OPA?

    O que teria acontecido ao grupo Sonae se tivesse ganho a OPA com o turbilhão que veio a seguir? É a pergunta de Armando Vara que longo responde: A Sonae já tinha um grande endividamento e ficaria com mais 11 mil milhões de dívida” e teria que pagar juros muito altos. “Se calhar até foi uma decisão sensata.”

  • A decisão sobre a OPA da Sonae sobre a PT foi sua? Não. A Caixa tinha duas pessoas na PT, Armando Vara e Jorge Tomé. A PT era uma participação importante e uma grande oportunidade de negócio no retalho. “Queríamos ganhar quota numa empresa com aquela dimensão”. A decisão de votar contra a OPA foi tomada por todo o conselho de administração e depois de ler os pareceres das grandes casas de investimento. A PT fixou um limite de preço, a partir do qual a administração tinha de recomendar a venda. E esse limite não foi atingido, apesar de a Sonae ter elevado o preço já no início de 2007. Vara sublinha ainda que a proposta da administração da PT — recompra de ações e destaque da PT Multimedia — era melhor para os acionistas.

  • Campos e Cunha "achava que havia uma conspiração contra ele"

    O deputado do Bloco de Esquerda, Moisés Ferreira, retoma o tema da primeira conversa entre Vara e Campos e Cunha no tal almoço que o ex-gestor recorda tão bem no Centro Cultural de Belém. “Ele não estava bem, estava nervoso. Achava que havia uma conspiração contra ele. Senti que estava a passar um momento difícil da sua vida pessoal e política e que sentia um complexo de cerco.”

    Campos e Cunha era ministro das Finanças de Sócrates que se iria demitir pouco tempo depois, também por causa da mudança da administração do banco do Estado.

  • Em resposta ao deputado do PS, João Paulo Correia, Armando Vara avisa que todo este barulho sobre Vale do Lobo assusta os investidores. E quando questionado sobre as imparidades que surgiram a operações associadas ao seu mandato, lembra as muitas empresas que morreram entretanto. “E não foi um problema de má gestão ou de crédito mal concedido”, mas de um mundo que se viu numa crise de liquidez.

  • Afinal falou ou não com Sócrates sobre a Caixa? "Na minha memória, não"

    João Almeida interrompe para perguntar. Afinal não falou com nenhum membro do governo ou não se lembra se falou com Sócrates. Hugo Soares insiste num tom violento que Vara não pode dizer uma coisa e depois responder outra coisa.

    Falou ou não com José Sócrates (sobre a Caixa)? Armando Vara explica que respondeu não, da primeira. “Eu tenho a certeza de que nunca falei com ele e que ele nunca falou comigo sobre as questões da Caixa”, mas relativiza: “Na minha memória não está nada em relação à Caixa com o Engº Sócrates.”

    O deputado do PSD ameaça em remeter a contradição para o Ministério Público.

  • Vara: "Os dados demonstram que o banco público foi gerido criteriosamente"

    O deputado do PSD questiona Vara sobre o financiamento da Caixa aos projetos PIN (projetos de interesse nacional) e sobre as ordens que Sócrates terá dado à Caixa para financiar a concessão Douro Litoral, reveladas no livro de memórias de Cavaco Silva. Armando Vara estranha o momento em que o ex-Presidente decidiu revelar essa informação, mas admite que ouviu falar deles.

    Armando Vara lembra que no seu mandato, a “Caixa teve os melhores resultados de sempre. Isto diz bem dos resultados desenvolvidos”. Hugo Soares lembra os lucros do BES da altura. Vara responde: “as imparidades da Caixa comparam muito bem com a banca europeia e a nacional. Os dados demonstram que o banco público foi gerido criteriosamente. Os factos são evidentes. Só não os vai buscar quem não quer”. Sem esclarecer se estes comentários incluem já as imparidades de 3.000 milhões registadas em 2016, Armando Vara fala em propaganda negativa sobre a Caixa.

  • Vara não se lembra se conversou com Sócrates sobre a Caixa

    As perguntas passam para Hugo Soares do PSD que questiona Armando Vara sobre as conversas que teve com José Sócrates sobre a Caixa. O ex-político do PS diz que não se recorda de ter conversado com Sócrates sobre a Caixa.

    Mas descreve depois com um grande detalhe um almoço que teve com Campos e Cunha, quando este era o ministro das Finanças de José Sócrates, em 2005.

    Já conhecia Campos e Cunha, mas não tinha relação de proximidade. “Convidou-me para almoçar e combinamos encontrarmos no restaurante do CCB e o almoço decorreu bem”. O deputado do PSD ironiza: “Lembra-se tão bem do almoço, mas não se conversou com Sócrates sobre a Caixa.

    Vara responde: “Mas nem sempre as coisas que causam mais impressão, são mais evidentes”.

    Nessa conversa, o ministro estava revoltado como estava a ser tratado pela comunicação social. Tinha escrito um texto sobre as grandes obras públicas que teriam de ter financiamento público. E a conversa girou muito à volta disso e lá para o fim do almoço introduziu o tema Caixa. E perguntou-me se estava satisfeito com a administração da Caixa. Vara então diretor disse que não se sentia à vontade para dar a sua opinião.

    “Alguém acredita que não tem memória de que falou com Sócrates sobre a Caixa? Não, nem eu”, conclui Hugo Soares.

  • Vara explica agora a decisão da Caixa de desinvestir no BCP. Conta que Teixeira Pinto o convidou para uma reunião para discutir a redução da participação da CGD no banco e mostrou a sua grande preocupação.

    Armando Vara conta a história de como essa venda foi controlada pela Caixa para explicar que a gestão de que fez parte nunca quiseram ter influência no BCP. E lembra que a Caixa tinha o penhor sobre ações do BCP porque os empréstimos a acionistas de bancos eram na altura “um bom negócio. “Mas quando chegamos ao BCP, a primeira decisão foi uma instrução de crédito para impedir o financiamento da compra de ações do BCP” com crédito do próprio banco.

  • "Nunca me lembro de ter chamado chefe àquela pessoa" (Sócrates)

    O deputado Miguel Tiago volta às conversas, ou resumo, das conversas escutadas pela investigação da Operação Marquês entre si e o ex-secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias.

    O ex-gestor volta a dizer que não se revê no resumo que foi publico e acrescenta. “Nunca me lembro de ter chamado chefe àquela pessoa em que está a pensar” É uma alusão a José Sócrates. então primeiro-ministro, a quem segundo a notícia do Sol o ex-gestor chamaria de chefe. Vara já reconheceu ter discutido o tema do autódromo do Algarve com o ex-secretário de Estado.

  • Vale do Lobo "não é um buraco." Vara seguro de que Caixa não vai perder dinheiro

    Vale de Lobo. A Caixa olhou para o projeto na altura em que vários bancos disputavam aqueles crédito, diz Vara. “Quando o projeto começou sabíamos que os acionistas estavam renitentes em meter mais dinheiro porque as garantias eram mais do que suficientes” e cita pareceres de consultores que avaliavam os ativos em mais de 400 milhões. A avaliação que as direções da Caixa fizeram do projeto, fez com que o projeto fosse aprovado sem nenhuma reserva mental.”

    No primeiro ano de gestão, ainda antes da crise, o resort vendeu o dobro das casas previstas e até 2013 pagou à Caixa cerca de 100 milhões do empréstimo. “Não é o que se diz, um buraco. Foi um dossiê bem pensado”. Para além do financiamento, a Caixa entrou como acionista. E Vara está seguro que a Caixa não perderá dinheiro naquele ativo. Está sempre a valorizar. “Estou certo que poderá ser vendido no mínimo pelo que a Caixa lá meteu ou até mais”.

  • Crédito à La Seda: É muito fácil saber o resultado depois do jogo

    E o La Seda? — projeto espanhol para uma fábrica em Sines em que a Caixa terá perdido centenas de milhões de euros.

    Armando Vara admite que o facto de ter sido considerado um PIN terá ajudado a obter o financiamento na Caixa. A decisão foi racional, se não não teria sido aprovada, diz. Mas desconhece o que aconteceu depois. E falou com Freire de Sousa, então à frente do projeto La Seda em Portugal? “Acho que nunca falei com ele”, apesar de os dois terem sido membros do mesmo governo, liderado por António Guterres.

    João Almeida insiste que o La Seda veio para Portugal fazer um projeto que ninguém apoiava em Espanha.

    Vara lembra a crise financeira de 2008, a queda do Lehman e da AIG, e conclui: “É muito fácil saber o resultado depois do jogo.”

  • Vara diz que conversa com Governo sobre autódromo de Portimão foi "caso único"

    E porque é que disse isso de outras administrações da Caixa? A pergunta de João Almeida remete para uma noticia do Sol publicada este fim-de-semana com base em escutas que terão sido feitas a um telefonema entre Armando Vara, já administrador do BCP, e Laurentino Dias, então secretário de Estado do Desporto.

    Vara diz que se trata de um suposto resumo de uma conversa na qual não se revê e fará parte de um processo em segredo de justiça. Pergunta ao presidente: Devo adiantar alguma coisa? Emídio Guerreiro diz que a decisão é de quem responde.

    Vara explica que respondeu a um telefonema de Laurentino Dias, secretario de Estado do Desporto, com quem falou sobre o autódromo de Portimão. “Foi caso único” Diz que o projeto não foi aprovado na altura na Caixa, mas terá sido depois financiado pelo BCP. Vara diz que quando chegou ao BCP, o banco já tinha apoiado com mais de 20 milhões de euros, e recorda que terá dito a Laurentino Dias que se o Estado considerava um projeto de interesse que metesse lá dinheiro.

    De resto, “não tenho memória” e não se revê na conversa que foi divulgada pelo Sol.

  • Vara diz que nunca discutiu projetos com o Governo

    Armando Vara diz que lhe chegavam propostas de operações de crédito enquanto administrador, mas que as canalizava para o conselho de crédito. Tanto quanto sabe, as questões relacionadas com o Governo eram tratadas pelo presidente da Caixa, Santos Ferreira à altura. “Nunca tive a meu cargo as relações com o governo.”

    Essas discussões seriam sempre feitas com o presidente ou vice-presidente. Alguma vez o presidente lhe disse que o Governo tinha sugerido algum projeto? “Não tenho ideia do presidente ter dito que recebeu uma orientação direta do ministro das Finanças ou do Governo em relação a um projeto.”

  • Vara: "Creio que Teixeira dos Santos tinha grande confiança em mim"

    Afinal as perguntas arrancam por João Almeida do CDS. Quem e quando o convidaram para a administração da Caixa?

    Armando Vara foi convidado pelo ministro das Finanças, muito pouco antes da posse na assembleia geral. Teixeira dos Santos disse que gostava de contar com Vara para as mudanças que estava a planear para a Caixa. “Foi um momento de relativa simplicidade”. Conheciam-se muito bem, “creio que ele tinha uma grande confiança em mim”, diz o ex-gestor. O gestor garante que não falou com o então primeiro-ministro, José Sócrates, sobre o tema.

    Armando Vara diz que nunca falou com Teixeira dos Santos sobre a Caixa antes desse convite.

  • Os deputados discutem agora quem deve começar a fazer as perguntas, o partido que apresentou requerimento potestativo para ouvir Vara — o CDS — ou o Bloco de Esquerda, um partido que, lembra João Almeida do CDS, votou contra a audição do antigo gestor da Caixa.

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