Criado com o propósito concreto de disponibilizar aos fãs da Aston Martin uma verdadeira berlina de luxo desportiva, para chefes de família incapazes de renunciar ao inconfundível estilo da marca e, principalmente, à inebriante sonoridade do enorme motor V12, o Rapide acaba de ver confirmada o fim da sua produção. A decisão, já confirmada pelo CEO da marca, Andy Palmer, deve-se a um desempenho comercial aquém das expectativas, face a concorrentes como o Porsche Panamera ou o Mercedes-AMG S 63. Mas é também devida ao facto de, na calha, estar já um sucessor, radicalmente diferente: o RapidE, a futura berlina de luxo exclusivamente eléctrica do fabricante de Gaydon.

“O Rapide como modelo desaparece”, afirmou Andy Palmer, em declarações à australiana Motoring. Salientando, no entanto, que “o mercado dos modelos de quatro portas será preenchido de outras formas”, nomeadamente com o RapidE, cuja chegada ao mercado deverá acontecer já em 2018, com o futuro crossover da marca (o DBX, agendado para 2019), e com o sedan de luxo Lagonda.

Aston Martin DBX

Quanto ao Rapide, conhecido pelas suas linhas estatutárias e cativantes, assim como por um V12 6,0 litros atmosférico que, na versão S, consegue render 559 cv e acelerar dos 0 aos 100 km/h em 4,4 segundos, nunca se conseguiu afirmar verdadeiramente no capítulo das vendas – depois de atingirem o meio milhar de unidades nos primeiros dois anos, caíram para pouco mais de 100 unidades, já em 2016.

A contribuir igualmente para uma cada vez menor procura, aspectos como o espaço interior, em particular nos lugares traseiros, pois apesar dos mais de 5 metros de comprimento do modelo, não deixava de ser acanhado, e até pior que nos principais rivais. Já para não falar na bagageira, com uma capacidade de 317 litros, ou seja, menos que num Volkswagen Golf, que anuncia 380 litros…

Ainda no habitáculo, uma tecnologia de infoentretenimento e conectividade já algo ultrapassada, a par de um preço (para cima de um quarto de milhão de euros) muito acima do dos principais rivais, terão sido as “agressões” finais que acabaram por ditar o fim do modelo britânico.

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