O primeiro-ministro congratulou-se esta sexta-feira à tarde com o facto do défice de 2016 ter ficado nos 2,1% dizendo que esta é “a prova que havia uma alternativa política, que produz melhores resultados”. Após serem conhecidos os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e — à margem das comemorações dos 60 anos do Tratado de Roma, na capital italiana — Costa nega ter ido “além da troika”: “Não fomos além do que aquilo que propúnhamos ir, cumprimos com rigor as projeções que tínhamos feito e que muitos consideravam impossíveis.” Sorridente, Costa acrescenta que este resultado demonstra que os “preconceitos têm pouca adesão à realidade“.

O primeiro-ministro destaca que o Governo, apesar de ter um défice de 2,1%, cumpriu “todos os compromissos que assumiu” a nível de “reposição de rendimentos, de pensões, da carga fiscal, e de alívio de austeridade sobre os portugueses”. E tudo isto, defende o chefe de Governo, de “uma forma responsável, permitindo criar condições para o crescimento económico, para o aumento do investimento por parte das empresas e o aumento das exportações”, naquilo que classifica de “trajetória saudável”.

Costa fez questão de congratular “particularmente o ministro das Finanças”, Mário Centeno, agradecendo também aos “colegas de Governo e acima de tudo aos portugueses pela grande compreensão que têm feito para corrigir a nossa trajetória das contas públicas”. Costa agradeceu ainda a compreensão por o Governo não ter “ido tão longe como devia para melhorar a qualidade dos serviços públicos”. O primeiro-ministro prometeu, no entanto, “melhorar os serviços públicos” em áreas como “a educação, a saúde e a segurança”.

O primeiro-ministro promete acredita que o resultado de 2016 dá “a todos a confiança que é preciso para corrigir a trajetória neste ano de 2017 e nos seguintes para virar a página deste ciclo de austeridade e de incerteza nas finanças públicas“. Para Costa os 2,1% de défice demonstram que “foi possível combinar rigor orçamental com a criação de 118 mil postos de trabalho”.

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António Costa adverte, no entanto, que este é “um esforço que não acabou” e define como objetivo “diminuir significativamente aquilo que são os pesados encargos que o Estado e os portugueses pagam pelo serviço da dívida.” Acrescentou ainda que o resultado “não teria sido possível se a cada serviço da administração pública, em cada hospital, em cada escola não tivesse empenhado em cumprir este esforço.”

Sobre o facto de haver pouco investimento público, o primeiro-ministro lembrou o aumento de 20% previsto para 2017. Disse ainda que quer construir o futuro dentro do euro, citando António Guterres quando disse: “Vamos, sobre o euro, construir o futuro da Europa.”

Sobre a comemoração dos 60 anos do Tratado de Roma, Costa diz ainda que não está a “festejar” e que se trata de um “ato político.” Quanto à presença do Papa Francisco, António Costa lembra que “o tratado não deriva de nenhuma herança religiosa, deriva da laicidade”. Porém,”a laicidade não é ignorância é tolerância de de várias religiões”, logo: “Complicado era vir a Roma e não ver o Papa.”