O fundador do MRPP, Arnaldo Matos, considera legítimo o atentado de Londres, já que os povos que viram “as suas riquezas e a sua força de trabalho roubadas e exploradas pelo terrorismo imperialista têm todo o direito de utilizar todos os meios ao seu alcance para destruir o imperialismo nos covis das suas próprias capitais.” E avisa que os que fazem atentados na Europa “vão acabar por vencer.” Num editorial do Luta Popular Online, Arnaldo Matos — que não faz parte da direção do partido e se terá desfiliado em 1982 — explica que se refere aos “povos do mundo” que “todos os dias vêem as suas famílias, as suas mulheres e os seus filhos despedaçados por cobardes bombardeamentos aéreos na Líbia, na Síria, no Iraque, no Afeganistão, no Chade, na Somália e em muitos outros países do mundo”.

Num editorial a que deu o título “Tremem as Capitais do Imperialismo/De Novo, Ataque no Coração Londres…”, Arnaldo Matos classifica Londres como “capital do moribundo imperialismo britânico” e avisa que o “imperialismo deve saber que enquanto despejarem terrorismo sobre os povos do mundo, os povos do mundo vão retaliar, têm o direito de retaliar e vão acabar por vencer.”

O fundador do MRPP avisa a pequena-burguesia reacionária que “os ataques poderão também ocorrer em Lisboa e matar inocentes portugueses, mas que a responsabilidade por esse ataque se ficará a dever única e exclusivamente a essa pequeno-burguesia reacionária e cobarde, que sustenta os governos do PS, do PSD e do CDS, lacaios do imperialismo.”

Arnaldo Matos explica que se limita a “escrever aquilo que tem a obrigação de pensar e defender um comunista consciente” e diz ainda que “o imperialismo inglês, americano, francês, alemão é o único responsável pelas mortes ocorridas em Nova Iorque, em Paris, em Bruxelas, em Londres, em Nice, assim como nas diversas cidades da Alemanha, onde decidiram ajustar contas com o imperialismo e suas cobardes guerras de rapina e agressão”. O fundador do MRPP acredita que a política imperialista do ocidente vai levar à transformação “das guerras imperialistas em guerras civis revolucionárias no interior dos próprios países imperialistas.”

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“Terror bélico faz parte das batalhas”

Quanto ao impacto mediático dos atentados, Arnaldo Matos explica que “a burguesia capitalista imperialista, dona dos mais importantes meios de comunicação social mundiais, estipendia lacaios jornalistas cuja missão é a de convencer a pequena-burguesia – a chamada classe média, que é coisa que efetivamente não existe – que um terrorismo bom, ético, se calhar até santo, é o terrorismo imperialista”.

Arnaldo Matos considera que esse “terrorismo bom” é na verdade “o terrorismo cobarde onde aviadores e sistemas de armas dificilmente alcançáveis matarão todos os dias velhos, mulheres e crianças desarmados dentro dos seus próprios abrigos”. Arnaldo Matos explica que os imperialistas querem convencer a “pequena-burguesia” que existe “um terrorismo mau, imoral, se calhar até diabólico, que é o que ceifa vidas nas marginais de Nice, nas torres de Nova Iorque, nas buates de Paris, na ponte de Westminster, às horas do Big Bem [sic].”

Arnaldo Matos defende que o “terror bélico faz parte das batalhas e é utilizado consoante as necessidades e objetivos dessas batalhas” e volta a apontar a históricos do MRPP: “A pequena-burguesia e os liquidacionistas, como Garcia Pereira e seus comparsas, é que ajudam o imperialismo a praticar o terror contra os operários e os povos do mundo. São cobardes pacifistas.”