“Por favor, pare”, lia-se num pedaço de papel escrito a caneta preta que Amber VanHecke, de 24 anos, deixou junto a uma rocha, no meio do Arizona. “Estou presa aqui, sem gasolina. Comecei a seguir pela estrada a leste, para ver se consigo apanhar rede no meu telemóvel”, lia-se num outro papelinho, ao lado do primeiro. Esta foi a primeira pista para encontrar Amber, que andou cinco dias perdida no meio da floresta.
Não foram as únicas pistas. Pelos sítios por onde passava, a mulher deixava uma marca. “Ajuda“, escreveu em letras grandes feitas com várias pedras, ou ainda com fita adesiva num tanque de água. E estes foram os elementos que, segundo conta a CNN, conseguiram ajudar no resgate da mulher.
A sua preparação física e psicológica e o seu rápido pensamento foram cruciais para que Amber sobrevivesse, afirmou o paramédico Edgar Bissonette. “A Amber tinha comida e água no seu veículo. E mesmo que o seu último pedacinho de água estivesse no fim, isso fez com que ela continuasse o caminho”, continuou o paramédico, dizendo ainda que o facto de a mulher ter deixado notas para que se pudesse encontra-la foi decisivo.
Amber, que mora no Texas, decidiu a 12 de março fazer-se à estrada e ir passear em direção até ao Havasupai Reservation, no Grand Canyon. Foi aí que o seu carro ficou sem combustível, contaram as autoridades e ela decidiu continuar a pé. Cinco dias depois, a 17 de março, o Departamento de Segurança Pública do Arizona recebe um aviso de que alguém teria ligado para o 911 (o equivalente ao nosso 112) a avisar de que estaria perdida, há cinco dias, na parte sul do Grand Canyon. Mas a chamada foi abaixo antes das autoridades conseguirem perceber o seu exato local.
Amber Vanhecke relied on food and water she had in her car and used survival skills she… https://t.co/jUKj9mCG98
— Ibrahim Muhammad ???? (@Ibrahimiybm) March 24, 2017
Fazendo uso do conhecimento da área, as autoridades começaram as buscas tendo em conta os locais mais prováveis onde a mulher poderia estar. Foi, então, com a ajuda dos meios aéreos, que encontraram o carro de Amber, e as primeiras pistas com pedras que diziam “Ajuda“. Mas quando o helicóptero aterrou, não havia qualquer sinal de Amber. Nada, nem ninguém à volta. Só deserto e um carro abandonado.

Mas eis que as autoridades encontraram depois o seu papel escrito a caneta preta, com a informação de que tinha tomado o caminho a leste à procura de sinal de rede no seu telemóvel. A partir daí, tudo foi mais fácil. As autoridades viram então, ao longe, alguém que com toda a energia acenava e acenava para ser vista. Era Amber VanHecke.
Desde que foi encontrada, Amber já fez muitas publicações do seu Facebook oficial a contar a sua história e a afirmar estava bem, ainda que sofrendo alguns ataque de ansiedade.