O Parlamento de Edimburgo aprovou, esta quarta-feira, uma moção onde se pede ao governo britânico a realização de um novo referendo à independência da Escócia, a realizar entre outubro de 2018 e a primavera de 2019. O governo de Nicola Sturgeon venceu por 69 votos, com o apoio dos ecologistas do Green Party, contra 59.

O Partido Nacionalista Escocês venceu a votação, mas a iniciativa é rejeitada pelo executivo britânico de May que, esta quinta-feira, se prepara para ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa e desencadear o Brexit.

Nicola Sturgeon disse, durante o debate, que ainda esta semana iria formalizar o pedido, deixando ainda um recado a Theresa May. “Espero que o governo britânico respeite a vontade do Parlamento Escocês”, atirou, acrescentando que se isso não acontecer, ela estabelecerá planos após a pausa parlamentar da Páscoa. Aliás, esta terça-feira, ainda antes da votação, Sturgeon anunciou que iria revelar no próximo mês como irá responder caso o governo do Reino Unido continue a travar um referendo sobre a independência da Escócia.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, encontrou-se, na segunda-feira, com a presidente do Partido Nacionalista Escocês Nicola Sturgeon na capital escocesa e reafirmou que este “não é o bom momento” para pedir a independência. Após o encontro, a dirigente escocesa afirmou, porém, que as conversações não permitiram qualquer avanço significativo.

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Foi a 13 de março que a líder do governo escocês anunciou a intenção de organizar um novo referendo sobre independência, justificando que a saída do Reino Unido da União Europeia e do mercado único poderiam levar à eliminação dezenas de milhares de empregos na Escócia.

A votação desta moção chegou a estar marcada para a quarta-feira da semana passada, mas o debate foi interrompido e a votação adiada devido ao atentado de Londres.

Em setembro de 2014, no primeiro referendo pela independência, 55% dos escoceses votaram contra a independência. Mas Nicola Sturgeon acredita que o “Brexit” fará com que num segundo referendo possa vencer o “sim” à independência, uma vez que no ano passado, 62% dos escoceses votaram pela permanência na União Europeia.