O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse esta quinta-feira que a dívida pública são-tomense é superior a 50% do Produto Interno Bruto (PIB), desaconselhando, por isso, a contração de empréstimos que não sejam concessionais. O conselho foi dado por Xiangiming Li, chefe da missão do FMI para São Tomé e Príncipe que há uma semana está a efetuar a terceira avaliação do programa da instituição com o arquipélago.

“O nível de endividamento de São Tomé é relativamente elevado, mas com certeza que é perfeitamente possível o governo trabalhar com os parceiros e tentar identificar não só fontes de financiamento através de donativos, mas também de dívidas em termos concessionais”, acrescentou.

O ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares são-tomense, Afonso Varela, anunciou na semana passada que o seu governo vai lançar ainda este ano os projetos do porto de águas profundas e o alargamento e modernização do aeroporto internacional de São Tomé.

Segundo o primeiro-ministro Patrice Trovoada, estes dois projetos estruturantes estão avaliados em mais de 900 milhões de dólares (842 milhões de euros), sendo que só o porto de águas profundas vai custar cerca de 800 milhões de dólares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“É nossa convicção que o próprio governo ainda está a analisar a situação e procurar melhor forma de conseguir o financiamento para levar a cabo estes projetos”, disse Xiangiming Li, acrescentando ser necessário ter em conta que “quando se contrai dívida ela deve ser em termos altamente concessionais”.

“Têm estado a decorrer discussões com as autoridades no sentido de realmente identificar os recursos e ver como é que eles podem ser utilizados de uma forma mais eficaz e mais efetiva para promover o desenvolvimento, tendo naturalmente em conta também os grupos mais desfavorecidos”, acrescentou.

A missão do Fundo Monetário Internacional está no país há uma semana e até agora as discussões com as autoridades têm sido “na forma como melhor ajudar o país sobre como se pode desenvolver de uma maneira sustentável”, seguindo o chefe da missão.

As receitas, as despesas orçamentais e “a forma como melhor gerir todos estes aspetos de modo a obter resultados mais fiáveis”, têm dominado as reuniões de trabalho do Ministério das Finanças de São Tomé e Príncipe com a missão do FMI.