Maria Luís Albuquerque defende que, “nas explicações dadas até hoje”, não está tudo explicado. Mas, no acordo de venda de 75% do Novo Banco à Lone Star, a ex-ministra das Finanças diz que não há dúvidas de que vai haver custos para o contribuinte. As declarações foram proferidas à Rádio Renascença.

Tal como na resolução do BES, em 2014, a responsabilidade ficou no Fundo de Resolução (responsabilidade dos bancos) mas o Estado poderá ter de voltar a emprestar dinheiro. A diferença é que, na altura, o empréstimo público que levou a assinatura de Maria Luís Albuquerque previa outras condições:

Há pouco mais de um mês, o Governo reviu as condições desse empréstimo e passou de um prazo relativamente curto para um empréstimo a 30 anos, com uma taxa de juro que é muito inferior àquilo que o dinheiro a 30 anos custaria ao Estado. Isso significa, de facto, que os contribuintes vão suportar uma parte do custo”.

Maria Luís Albuquerque explica que “os bancos continuam a pagar juros, mas têm um prazo mais longo e pagam juros mais baixos do que o dinheiro custa ao Estado, o que significa que uma parte do custo foi transferida para os contribuintes. Não é, portanto, a questão de emprestar, é os termos em que se empresta e nós não sabemos ainda como vai acontecer nesta solução”.

A ex-ministra das Finanças questiona-se sobre a razão de se manter 25% do capital do Novo Banco, admitindo que possa haver uma “razão ideológica” para manter parte da propriedade do banco. Um dos aspetos que mais intrigam Maria Luís Albuquerque é que os outros bancos do sistema vão estar a suportar a atividade de um banco concorrente quando este já não é um banco de transição.

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