Mais de 11.500 alunos frequentam os cursos técnicos superiores profissionais (Tesp), um número que não para de crescer três anos depois da criação destes cursos. Segundo contas do jornal Público, 80% destes alunos estão em escolas públicas — politécnicos que lecionam estes cursos de dois anos que, ao contrário dos programas anteriores, reconhecem um nível de formação superior aos alunos que os terminam.

O número de inscritos nos Tesp já superou a procura pelos Cursos de Especialização Tecnológica (CET), criados em 2006 pelo governo de José Sócrates. As escolas com maior número de alunos são o Instituto Politécnico de Leiria (1.460), o Instituto Politécnico de Bragança (972) e o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (868).

O total de inscritos aproxima-se da estimativa apresentada pelo Ministério da Educação liderado por Nuno Crato, no Governo anterior, que previa que estes cursos podiam formar cerca de 10.000 novos diplomados por ano, ajudando o país a cumprir a meta europeia de ter 40% da população entre os 30 e os 34 anos com uma formação superior até 2020. O contrato estabelecido pelo atual Governo com as instituições de ensino superior prevê, recorda o Público, uma meta mais ambiciosa: dentro de três anos devem ser 20.000 os alunos formados por ano nos cursos superiores profissionais.

Esta segunda-feira marca-se o dia do Ensino Profissional, algo que vai ter um papel cada vez mais importante no Ensino em Portugal. Segundo o Diário de Notícias, o Governo tem o objetivo, a começar já no próximo ano letivo, de ter metade de todos os alunos dos 10.º, 11.º e 12.º anos nestas vias, que oferecem uma dupla certificação, escolar e profissional.

Nos últimos anos a perceção em relação à validade destas vias tem vindo a mudar radicalmente. Se, no início, o candidato típico ao profissional “era um aluno que tinha pelo menos uma reprovação” no seu currículo escolar, atualmente as médias de idades dos que entram nos cursos “já estão nos 16 anos”, o que significa que “cada vez mais alunos” com percursos escolares bem sucedidos estão “a optar por este caminho como primeira opção”.

Entre 45 áreas de educação e formação disponíveis (196 cursos), de acordo com os dados da ANQEP, mais de metade dos alunos (52,33%) concentram as suas escolhas em apenas cinco: Ciências Informáticas, Hotelaria e Restauração, Audiovisuais e Produção dos Media, Turismo e Lazer e Comércio.

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