Muitos árbitros já tinham pedido escusa dos jogos do Canelas nos distritais da Associação de Futebol do Porto. José Rodrigues foi um dos poucos que acreditou ser possível dirigir um encontro do clube sem problemas de maior. E aceitou ser nomeado para o encontro com o Rio Tinto. Esta segunda-feira, um dia depois de ter sido agredido com uma joelhada por Marco Gonçalves, fez uma cirurgia reconstrutiva ao nariz, partido em três sítios. “Basta”, comenta Luciano Gonçalves ao Observador.

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) admite que tem sido um dia complicado com tantas solicitações. “Mas se for para, de uma vez por todas, mudarmos o que se está a passar no futebol, que seja. Falo com toda a gente o tempo que for preciso”, explica em conversa com o nosso jornal.

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“Como tinha referido na entrevista de há duas semanas, continuamos a trabalhar para melhorar cada vez mais as condições. Infelizmente, aconteceu mais um caso, gravíssimo. E acredito que será desta vez que as coisas vão estabilizar”, acrescenta, antes de explicar que não existe grande diferença entre os casos registados no Porto e nas outras associações. “Quanto muito, a haver, é que no Porto são casos muito graves e em Lisboa, por exemplos, são graves. Mas não deixam de ser casos e uma preocupação para todos neste mundo do futebol”, acrescenta.

Em termos desportivos, a situação do Canelas será discutida esta terça-feira entre Associação de Futebol do Porto, presidentes dos núcleos de árbitros do Porto e APAF. Existem dois cenários possíveis: ou os árbitros se recusam em bloco a dirigir qualquer encontro da equipa nesta última fase do campeonato (onde se discute a subida de divisão), o que afastaria o Canelas da competição, ou continuam a marcar presença nos jogos com a certeza de que todas as condições de segurança estão devidamente salvaguardadas.

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De recordar que, na primeira fase da prova, quase todos os adversários recusaram-se também a comparecer nos jogos contra o Canelas, mesmo perdendo com falta de comparência.