Numa época em que a tecnologia consegue surpreender-nos a um ritmo acelerado, a última “surpresa”, no que ao sector automóvel diz respeito, chega-nos através da chamada realidade virtual, com a Ford a prometer que, um dia, será possível testar qualquer um dos seus modelos não da forma a que estamos habituados, mas sim comodamente sentados no sofá lá de casa.

Apostada em integrar totalmente a realidade virtual nas suas práticas, desde logo no processo de desenho dos seus veículos, a marca norte-americana começa também a explorar as várias formas como esta nova tecnologia pode mudar a experiência de venda de um automóvel. Fazendo uso, por exemplo, de hologramas digitais, através dos quais as pessoas poderão interagir com todos os aspectos do produto, segundo a sua conveniência. Inclusivamente, conduzir.

“É realmente uma tela em branco. É fácil imaginar que, alguém que queira comprar um SUV, possa experimentar o carro nas dunas do deserto, sem sair do conforto de sua casa”, afirma o chefe de Experiência Digital da Ford Motor Company, Jeffrey Nowak. Acrescentando que, “da mesma forma, se estiver no mercado à procura de um carro citadino, poderá estar em casa, descontraído e em pijama, e experimentar o percurso para a escola em hora de ponta, depois de colocar as crianças na cama”.

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Descrevendo o test-drive como uma espécie de crucial “primeiro encontro” para o comprador, a Ford acredita que, ao permitir que os clientes experimentem diferentes modelos, num dado momento e lugar que lhes seja mais conveniente, assim como pelo tempo que desejarem, tal ajudá-los-á a construir uma ideia muito mais clara do automóvel desejado, ainda antes de entrarem num concessionário. Sendo que, garante o fabricante, nesta experiência, o cliente poderá inclusivamente sentir o característico cheiro a novo, no seu veículo de eleição.

“Imaginamos que, um dia, o cliente poderá identificar o modelo em que está interessado, desde a cor ao revestimento exacto do seu interior, e quando e onde gostaria de o simular. Esse cenário poderá ser recriado numa base personalizada”, afirma Nowak. Para quem, com a realidade virtual, “não há limite para a profundidade dos detalhes – as possibilidades são infinitas”.

Já o responsável global das operações de Design Interior da Ford, Amko Leenarts, defende que “as pessoas decidem num espaço de três minutos se gostam ou não de um produto”. O mesmo sucedendo com um automóvel: “A partir do momento em que alguém entra no carro, cria conexões com o cheiro, a sensação das superfícies, ou o som da porta do carro a fechar.” E, conclui, “tudo isso muito poderoso”, sobretudo se os designers puderem “ajudar a criar a experiência perfeita para o cliente”.